terça-feira, dezembro 20

PPPEEEDDDOOOOFFFIIILLLLIIIIIIAAAAA

Não sei por é que não se fala mais do assunto. Medo de levar com um processo em tribunal?

O actual Procurador Geral da República cometeu certamente alguns erros. Convém no entanto lembrar que, antes de ele chegar ao lugar, Portugal era o único país da europa ocidental onde ninguém importante era alguma vez acusado de que quer que fosse.

Cada vez que oiço um político ou jornalista a criticar o PGR, ignorando tudo o resto, passa a haver mais uma pessoa neste país em que eu não posso confiar.
Quando chegar o próximo arquivador, não tenho dúvidas que muitos o acusarão de nada fazer, na confiança absoluta de que as suas palavras não o farão cair.

6 comentários:

Eduardo Graça disse...

Obrigado, deste leitor atento.

lb disse...

Bem, ON, não sou nem político nem jornalista, será que mesmo assim depois deste comentário integrarei nesta tua lista dos merecedores da desconfiança?

Este Procurador não só cometeu alguns erros. Permitiu um total desastre, que é o mais provável resultádo inócuo de todo o processo. O Carlos Sivino vai para dentro, e bem, e os outros serão provavelmente libertados por falta de provas válidas. Pelo caminho, foram arrasadas as reputações de algumas pessoas provavelmente inocentes. E porquê? Porque os criminosos - os que porventura que se encontram no banco dos reus e os outros - tinham meios, contactos e poder para lançar a confusão? Certamente. Mas também porque a investigação foi tecnicamente malfeita. Não sou especialista na matéria, mas ao que percebi muita prova foi produzida de forma incorrecta o que fragiliza ou elimina - merecidamente! - o seu valor, desde a identificação pelas fotografias, passando pela não gravação em som/vídeo de interrogatórios de testemunhas, até as escutas arbitrárias. Com as fugas sistemáticas ao segredo da justiça por parte do MP lichou-se a reputação de pessoas que têm todo o direito ao seu bom nome.
E para além disso, que creio não foi directamente feito ou ordenado pelo PGR, mas é da sua responsabilidade, ele nunca conseguiu ficar calado!

Dizes que fui bom que houve, pelo menos, pela primeira vez a acusação de pessoas importantes? Não concordo. Não posso encarar o enxovalho do nome de uma pessoa, seja quem for, e ainda menos a sua prisão preventiva, um bem se ela no fim não foi considerada culpada pelo tribunal. As vezes é inevitável, mas é sempre uma grande injustiça, um falhanço grave do MP!
Espero que não tenhas este raciocínio: "Embora que não se conseguiu uma condenação pelos tribunais, pelo menos essas pessoas foram expostas publicamente e ficaram preventivamente presas." Pois isto é o raciocínio do justiceiro linchador, que já chegou ao o seu próprio veredicto sobre os malfeitores, e o valoriza acima do da justiça.

Orlando disse...

Lutz,

Procurei no teu blogue alguma referencia ao assunto tratado no teu comentario e nao encontrei nenhum.

Acho que é o meu dever enquanto cidadão informado seguir o funcionamento da justiça no meu país, especialmente quando envolve gente poderosa, e ter uma opinião sobre o seu funcionamento. Bem como exprimir a minha posição sobre o assunto sempre que o assunto seja suficientemente importante para o justificar. Se já cheguei ao o meu próprio veredicto sobre pelo menos alguns dos acusados, e o valorizo acima do da justiça? Infelizmente tenho de responder SIM.

Carlos Silvino já se considerou culpado. No passado foi várias vezes acusado e foi reintegrado na Casa Pia depois de ter sido expulso. Tenho imensas duvidas sobre o funcionamento da justiça em Portugal quando está envolvida gente poderosa.

Uma pergunta. Suponhamos que um diplomata estrangeiro a exercer funções no teu país é mais ou menos discretamente afastado do
seu lugar por ter cometido crimes graves. Supõe que não era a primeira vez que tal lhe acontecia. Supõe que ele é acusado dos mesmos crimes no seu país de origem e não é condenado. Não te ficaria alguma dúvida sobre a inocencia da pessoa em questão?

A falta de condições dos agentes da justiça são conhecidas. Antes não se faziam sentir porque não se punha a maquina a trabalhar. Só por isso é que muitas coisas falham agora que não falhavam antes.
Não é culpa do procurador que os agentes da judiciaria que iniciaram a operação apito dourado tenham ido parar aos Açores. Como explicas isso? Como se pode confiar na maquina da justiça depois de tal coisa ter acontecido?
O juiz que instruiu o processo da Casa Pia estava sózinho a lutar contra uma equipa de duas dúzias de advogados altamente profissionais. Era impossivel despachar todos os recursos a tempo sem cometer erros.
Não é muito dificil neutralizar as decisões de um responsavel político. Não é muito dificil colocar-lhe uma casca de banana. O Yes minister é um filme para crianças. Ainda não foi feita a versão hardcore.

" Espero que não tenhas este raciocínio: "Embora que não se conseguiu uma condenação pelos tribunais, pelo menos essas pessoas foram expostas publicamente e ficaram preventivamente presas." "
Na esmagadora maioria dos casos não faço esse raciocinio. Abro uma ou duas excepções mas não quero discutir o assunto publicamente. Estás numa situação um pouco mais confortavel do que a minha nesta discussão.

Tenho total confiança na tua integridade moral. É possível que no fim desta discussão passe a achar que és um pouco naive em alguns assuntos. Veremos o que acontece. Talvez passe a dar um pouco menos credito às tuas opiniões sobre alguns temas muito circunscritos. Não mais do que isso.

Orlando disse...

"Procurei no teu blogue alguma referencia ao assunto tratado no teu comentario e nao encontrei nenhum."

Este paragrafo não faz sentido. Percebi depois que não encaraste este post como uma critica a algum escrito teu.

Anónimo disse...

Sou o raiva/Ávido.

Parabéns, ON, e bem-vindo.

É agradável ver uma voz mais a denunciar o branqueamento da pedofilia. Força!

Orlando disse...

Agardeço que coloquem os comentários referentes a este post aqui