Para que a sociedade funcione, convém que exista a polícia. Convinha também que no fim das nossas vidas fosse feito um balanço. Que se separassem os bons dos maus. Que se premiassem os bons e se castigassem os maus.
Isto porque todos nós sabemos que a polícia não resolve todos os problemas. Para além do mais do mais, existem muitos actos imorais e altamente lesivos para quem os sofre que não infringem a legalidade.
Na catequese forneceram-me um modelo que fazia sentido. Depois da morte os bons, os maus e os assim-assim eram separados. Os assim-assim juntavam-se aos bons depois de purgados. Os maus eram torturados pelo Diabo. O Diabo era um uma espécie de bad cop. Castigava os maus, portanto servia o Bem.
Se não existe diabo (e não existe inferno), qual é o castigo para os nossos pecados?
Qual é a razão para ser bom?
A questão põe-se em dois planos. O plano teológico, aquilo que se ensina às pessoas cultas, e o plano catequético, aquilo que se ensina às massas incultas. Sei que não estou a usar correctamente as palavras teológico e catequético.
Se no plano teológico não se tiver uma boa resposta, a morte do Diabo acarreta a morte de Deus. Se no plano catequético não tivermos uma resposta, ficamos um passo mais perto da anarquia.
As minhas respostas, numa versão simplificada: Os Maias, e a polícia.
Gostava de saber a resposta dos cristãos. Penso ter percebido a posição do Bernardo Motta: o inferno existe. Quanto à Céu, à Maria da Conceição e ao CA, não imagino qual possa ser a sua resposta.
61 comentários:
É triste, e sintomático da confusão intelectual dos nossos dias, que os cristãos não digam todos: "o Inferno existe".
Bernardo Motta
Caro Bernardo,
por mim já me bastaria que respondessem à minha pergunta. Será que nunca pensaram no assunto e foram apanhados desprevenidos?
Só para "dizer" que li, mas que não me meto na "discussão":)
O senhor devia ter mais respeito pelas crenças dos outros. Acha-se engraçado?
joana dias,
acho que o on sabe-se defender. Mas onde é que se faltou ao respeito aqui?
Este blog deve estar embruxado... Será que fui eu?? Uma vez, transformei um rei num sapo... :)
Deus é amor. Pecar é fugir de Deus. Que punição pode ser pior do que viver longe do amor? Para quê um inferno então?
Sei lá, podiam ter respondido alguma coisa assim.
Olá Joana! Um abraço para si também.
Volte sempre.
ON,
É claro! Para quê desgastarmo-nos com o resto? Deus é amor. O contrário é a ausência de Deus, o inferno. Se há diabo? É claro! Da mesma forma que há Deus. Existir um sem o outro é absurdo.
"Que punição pode ser pior do que viver longe do amor?"
O inferno é isso. O resto é folcore. E, respondendo ao Bernardo, qualquer cristão (e não cristão, parece-me) vê já no nosso mundo que o inferno é possível. Agora juntem isto durante uma vida eterna e não é preciso mais nada.
Contudo a razão essencial para sermos bons não deve ser o medo da infelicidade mas sim o reconhecimento de que somos amados por Deus e o amor que se desenvolve em nós a partir daí. Quando amamos alguém e somos amados, tentamos ser bons com essa pessoa apenas porque sim, porque nos sentimos bem assim.
af: pode enviar um mail para prozacland@gmail.com
Uma questão sobre o inferno que me intriga...
Uma vez lá nunca mais podemos sair?
Ou seja, acham mesmo que é eterno, que não se pode mudar do inferno para o céu?
O inferno, por definição, é uma situação irreversível. Mas isto pode ser lido de várias maneiras. Uma é pensar que a pessoa vai para lá e fica lá contrariada, como na parábola do mau rico e do pobre Lázaro (Lc. 16, 19-31). Mas isto não liga bem com a misericórdia de Deus.
A outra interpretação é que a pessoa fica no inferno se optar obstinadamente por ir para lá, por negar terminantemente o Amor e nesse caso acaba por perder a própria capacidade de desejar alterar a situação. A ideia é que se formos suficientemente maus ficaremos irreversivelmente maus, sem vontade de sair do mal mesmo que vivamos infelizes. Contudo, apesar de a Igreja ter estado sempre convencida que isto é possível, nunca se atreveu a dizer que isto tenha sucedido com alguém.
ca,
Isso é negar completamente que pode haver alguma evolução ou arrependimento, como se as pessoas fossem incorrígiveis.
Mais, será que podemos dividir apenas em dois níveis: suficientemente bom para ir para o Céu e suficientemente mau para ir para o Inferno. As pessoas não se dividirão em mais níveis?
Caros amigos
perdoem-me, se vou baralhar ainda um pouco mais esta discussão, mas vou transcrever aqui um pouco de uma reflexão sobre o inferno de um autor de que gosto muito, porque não pondo de parte nada do que aprendemos na catequese e a Igreja ensina, desafia-nos a ir mais longe...
"Se alguém afirma que o inferno é uma realidade, pode lisonjear-se de ter, sobre o além, uma informação que os cristãos não têm. O inferno é a condenação e ninguém sabe se há condenados. O inferno é, o que é completamente diferente, uma eventualidade real, inscrita no coração da liberdade humana, respeitada sem nenhum truque. Num só e mesmo acto único, Deus cria, oferece a sua própria vida em partilha e convida a acolhê-la. Um respeito absoluto está no interior deste acto. O amor não seria amor se manipulasse a liberdade para obter a reciprocidade, a qualquer preço. Obrigar a amar, é não amar. Que pode Deus fazer senão sofrer, quando o homem compromete o seu íntimo num egoísmo consciente e teimoso? Tocamos aqui um limite, onde a inteligência hesita, perturbada e desarmada. Se a condenação é uma eventualidade terrível, quanto mais não o será para Deus? Porque é que só penso em mim ou em nós e tão pouco n'Ele? Na verdade, o dogma não esclarece; convida a uma atitude interior: a esperança em forma de oração. Eu espero por todos os homens, sem exceptuar nenhum, mesmo que seja monstruoso à face do universo; espero também por Deus. Rezo por todos; também Lhe peço por Ele." (ret. do livro "O sofrimento de Deus de François Varillon s.j.)
Eu também aprendi (e ensinei) na catequese, que existia o Céu para premiar os bons e o inferno para castigar os maus. Felizmente, também aprendi, e aprendo, que Deus, como nos diz João; "Deus é Amor". Ora, se é Amor, não assumirá nunca o papel de juiz ou castigador, mas sim O Misericordioso.
Eu sei que é difícil desligarmo-nos da linguagem simbólica dos relatos do Génesis. Sei que durante muitos anos a Igreja se apoiou (e continua a apoiar)nesses símbolos, para levar a todos os homens a salvação. Mas, dentro da própria Igreja, na reflexão teológica que vai fazendo, vai mudando a linguagem. Tenho a certeza que é uma questão de "linguagem". Mas é essencial essa mudança, porque os conhecimentos das ciências, da tecnologia, da arte, estão sempre em evolução e a Igreja tem que saber "falar" ao mundo hoje. A criação não acabou naquele relato dos sete dias. A criação está a acontecer, e nós somos colaboradores nela. A "realidade" de Deus não muda, mas o nosso "dizer" sobre Deus, muda sim.
Eu, pessoalmente, sinto-me comprometida em viver a fé que professo, de forma a que no meu viver se manifeste Deus Amor.
Se fui muito "teórica", peço desculpa. Eu quero, sobretudo, dizer a toda a gente que creio em Deus, e que isso me ajuda a ser uma pessoa diferente. Que maior do que a preocupação de saber se vou para o Céu ou inferno, é a minha confiança em Deus. Pois, sei muito bem, que só a sua infinita Misericórdia me poderá um dia salvar.
M. Conceicao
Cara M. Conceição,
"Eu também aprendi (e ensinei) na catequese, que existia o Céu para premiar os bons e o inferno para castigar os maus."
Minha amiga, ninguém está a discutir isto a um nível tão infantil e básico. Não se trata de "crime e castigo", puro e duro. Não se trata de amedrontar quem quer que seja. O texto que citou, e que é belíssimo, dá uma ideia correcta do Inferno, como uma possibilidade bem real (porque se não existisse, a nossa liberdade não era plena) de optarmos pelo Mal. A minha reflexão principiou por aí. O que me preocupa, e que espero não seja o seu caso, é que se veja tudo como puramente "simbólico", ou seja, que o Diabo e o Inferno, em vez de serem uma possibilidade bem real, sejam apenas "simbólicos", uma ferramenta para ajudar à conversão. Isso seria inaceitável, e a não existência do Diabo e do Inferno era a própria negação da existência do Mal e um limite à liberdade humana, impedindo-a de optar pelo Mal.
Para terminar, evitemos posturas pragmáticas, nas quais a doutrina seria interpretada como aquilo que é conveniente para um dado fim, que é a salvação. A doutrina existe, sim, para ajudar à salvação. Mas a doutrina, bem mais do que uma pragmática "caixa de ferramentas" da salvação é, para o crente, um espelho da Verdade divina.
Obrigado pela sua mensagem, que ajudou a aproximar os nossos pontos de vista.
Depois, há outra coisa que quero também reflectir:
A ideia do inferno, como sítio para onde serão enviados todos aqueles a quem chamamos "monstros humanos"; dá-nos um "certo jeito", porque achamos que a justiça que não é possível fazer neste mundo, será feita um dia na eternidade. Só que esta ideia, eu considero uma heresia, porque isso está contra o que é a "essência" de Deus. Deus fez-nos para a comunhão com Ele, e é esse o nosso "destino". Só não acontecerá se, livremente, o recusarmos. Deus criou-nos para sermos como Ele. Portanto, estaremos a pecar gravemente contra o amor, se desejarmos um sítio para onde enviar os chamados "maus". Como é que eles, e nós, nos vamos salvar, não sei. Volto a reafirmar, só com a misericórdia de Deus. Ou alguém poderá afirmar que merece o Céu? O Céu foi-nos resgatado por Jesus Cristo, por isso, o importante na nossa vida é aderirmos a Ele.
M. Conceicao
M. Conceição,
Já que o ca não me responde,poderá dar-me a sua opinião sobre o que eu perguntei?
Como estás enganado CA,
o Diabo existe e eu sou o seu instrumento. Finalmente compreendeste que eu te ia levar à perdição. Ignorando-me, deixaste-me impotente. Desesperado, procurei inspiração no Lado Negro. Segredaram-me então:
Fala-lhe de amor.
Madi
para o que tu perguntas a Igreja tem uma resposta: O Purgatório.
Cristo "ganhou-nos" de facto o Céu, para isso basta aderirmos a Ele. Mas tu sabes da tua experiência de vida, e eu sei da minha, que como dizia S.Paulo; "Não faço o bem que quero e pratico o mal que abomino."
Ora, aquando da nossa ressurreição, tudo o que não for comunhão plena com Deus, terá que ser purificado/convertido. Aí acontecerá, sim, o purgatório. Agora, não me perguntes como é que é isso, porque não te sei responder. (Ainda não estive lá)
Podes perguntar o que quiseres e se quiseres dialogar através do mail, deixo-te o meu endereço:
msantosclemente@hotmail.com
M. Conceicao
Falando a sério:
Cara Maria da Conceição, concordo totalmente consigo. A religião só pode ser uma opção radical, o abandono das tentações do poder. Esta não é a opção da hierarquia da igreja católica. Ela precisa do polícia mau que faz o trabalho sujo, um Diabo. É por isso que a opção radical que a religião implica inclui o abrir o flanco para que nos acusem de heréticos e nos expulsem da famíla a que gostamos de pertencer.
Foi isso que fez no post anterior. Seguindo o exemplo de Jesus no templo. Que Jesus pagou com a vida. É este passo final que muitos católicos não estão prontos para dar. Pelo menos num local tão público como este blog. É só por isso que não respondem às invectivas dos outros. Que ganhem coragem pensando no exemplo de Jesus. Nós podemos esperar.
Eu sou ateu. Não fiz a sua opção mas respeito-a e compreendo-a. Acho que a minha opção até não é assim tão diferente.
Recaída da Maria da Conceição:
Enquanto eu escrevia este comentário, respondeu à MaDi. Percebeu que foi longe demais. Caíu na heresia. Por isso foi buscar o purgatório.
Cara Maria da Conceição, como pode haver purgatório e não haver inferno? isso é esquisito.
Confirma-se também a minha outra afirmação. Se quiserem saber o que eles pensam, mandem-lhes um mail que eles explicam. Este site é demasiado público. Santa ingenuidade, Maria da Conceição, e se for um Pide a escrever-lhe? Perdão um membro da inquisição?
Tenha cuidado!
Ou então siga o exemplo de Jesus até ao fim. Coragem!
Caro On,
o teu último comentário é por eu ter disponibilizado o e-mail?
Mas eu não quero retirar-me da discussão aqui.
Só que fica complicado responder a muitas questões ao mesmo tempo.
É o Bernardo com medo de que eu não creia no inferno, são outros que querem é descobrir o Céu. E eu não chego para tanta discussão.
Faz as perguntas que quiseres que eu respondo dentro daquilo que sei. O que é, admito, muito pouco.
M. Conceicao
Cara Maria da Conceição,
eu sei que não queres sair da discussão aqui. Mas aqui não podes dizer tudo. Nem podes confirmar que não podes dizer tudo. A menos que te decidas a dar o tal passo.
Já deixei muitas questões em aberto nos dois posts anteriores. Se quiseres comentá-las, acho optimo. Agora ou mais tarde. De qualquer forma eu sei o que vocês cristãos progressistas pensam lá no fundo. Vocês não precisam de se expor que eu vou explicá-las durante a semana. Agora vou terminar a pausa do almoço.
Um abraço.
Caro anónimo que respondeu à Maria da Conceição uns cinco posts atrás:
Este post é muito naive mas era essa a ideia. Comecemos pelas provocações simples. Veremos onde conseguimos chegar...
Estive um bocado ausente e parece que já perdi imensa coisa.
Madi: só agora vi a sua questão e a resposta já foi dada pela M. Conceição. O purgatório (de que não se sabe mesmo nada) é a noção de que se salvarão muito mais pessoas do que aquelas que já eram quase perfeitas em vida. É dizer-se que, dado que no fundo querem escolher o Amor, Deus encontrará modo de as fazer compreender plenamente como é que se vive o Amor, apesar de não terem conseguido tudo isso em vida.
"Isso é negar completamente que pode haver alguma evolução ou arrependimento, como se as pessoas fossem incorrígiveis."
A ideia é que *depois da morte* podemos ficar de tal modo ligados ao mal que já não seria possível qualquer evolução. Neste mundo a evolução é sempre possível. Mas note que a tal impossibilidade de evolução dependeria de uma posição voluntária. Tenho consciência que isto não é muito claro à luz de um Deus misericordioso e daí que hoje as pessoas se coloquem a questão de saber se alguém acabará nesta situação, como muito bem ilustram os textos da M. Conceição.
Os textos da M. Conceição parecem-me também responder ao anónimo (Bernardo?). Contudo diabo e inferno parecem-me realidades de categorias distintas. O diabo é uma entidade que não é essencial à salvação (ao contrário do que já se disse por aqui). O inferno é a possibilidade de negar o Amor de Deus. Se não existisse diabo, provavelmente continuaríamos a viver como agora, fazendo algumas maldades por nossa conta. Se não existisse inferno, leia-se possibilidade de rejeitar Deus, estaríamos "condenados ao amor" o que não nos deixava qualquer margem de liberdade e esvaziava um pouco o amor de Deus.
Finalmente, não percebo bem onde é que o ON quer chegar comigo e com a M. Conceição. Aguardo esclarecimentos :) .
Caro CA,
nega sempre que percebes o que eu quero dizer. Sempre! Mesmo sob tortura!
Até ao dia em que sejas abençoado pelo Espírito Santo.
On,
és ateu ou agnóstico?
Oh, ON,
tu queres que eu diga que não é preciso a religião para se viver o Amor? Se queres, eu digo, sim.
M. Conceicao
Então e a reencarnação?
Mª Conceição,
qualquer religião? Ou religião para si significa Igreja Católica Apostólica Romana?
Qualquer religião, madi.
M. Conceicao
Que inferno! Estou completamente baralhada.
MaDi, sou ateu.
M. Conceição,
não sei se o seu comentário é herético ou não, mas exige alguma coragem...
Só faltava mesmo um protestante...
Em primeiro lugar, a salvação é pela Graça. Ou seja, por muito bom que sejamos nunca a conseguiriamos alcançar por nós próprios. Deus é santo, não pode tolerar o pecado. Nós, por mais "bonzinhos" que sejamos, nunca conseguiremos a pureza perfeita para nos chegarmos a Deus. Por isso o sacrifício de Jesus Cristo: pleno e definitivo (por isso também a necessidade de Ele ser o próprio Deus). Se a salavação tivesse ao alcance dos nossos actos porque é que Cristo havia de morrer na cruz? Bastava ser como todos os profetas das outras religiões. Pregava a sua mensagem e desaparecia.
Por isso também não faz sentido o purgatório. A questão é clara: ou aderimos a Deus, através de Cristo, e passamos a eternidade com Ele; ou não aderimos e ficamos no Inferno - a ausência de Deus.
Paulo
Paulo,
e temos mesmo que aderir a Deus através de Cristo?
Não poderá haver outra forma?
Caro Paulo,
inferno=ausência de Deus.
O que é que isso quer dizer?
Não pode elaborar um pouco mais para que nós pecadores o possamos compreender?
As certezas que eu leio aqui... :) É a fé, que faz com que tudo isso pareça tão certo, para quem acredita? Ou existe algo de palpável, de racional, que sustente todas essas teorias? Não me levem mal. É curiosidade, mesmo. Sem ponta de ironia.
Eu subscrevo a curiosidade da Sofia.
on
Não há coisa mais democrática que o pecado. Atinge-nos a todos. Por isso é que é necessário Jesus Cristo.
Quanto ao "Inferno=Ausência de Deus" é interessante reparar que a maior parte das referências bíblicas ao Inferno falam em "separação", "lançar fora". Deus não irá estar lá. Não se trata, portanto, de um quarto do palácio celestial onde os "maus" são torturados, mas antes uma ilha isolada onde os que não escolheram Deus ficam totalmente entregues a si próprios e ao... Diabo. Será mau? Bom, na perspectiva de um crente é o pior que pode haver. Nós ambicionamos o encontro pleno com o nosso Criador, afinal de contas aquilo para que fomos feitos. Quando isto acontecer seremos verdadeiramente felizes. Agora imagina um ser humano que habita o dominio do "pai da mentira" (outro título bíblico), sem esperança de dali sair...
madi
Jesus Cristo é bem explícito: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim." (João 14:6). Paulo, Pedro e os outros escritores do Novo Testamento são também claros neste ponto. E isto faz sentido se aceitarmos Cristo não apenas como um profeta mas com Aquele que fez o que era necessário para quebrar a barreira entre nós e Deus.
Paulo
"uma ilha isolada onde os que não escolheram Deus ficam totalmente entregues a si próprios e ao... Diabo."
Caro Paulo, o que é que isto quer dizer? O que é que o Diabo faz conosco, joga poker?
"Será mau? Bom, na perspectiva de um crente é o pior que pode haver."
Parece-me que aqui o que interessa é a perspectiva do descrente. Eu é que vou parar ao inferno. Não percebo nada. Começo a suspeitar que o Paulo também não percebe. Estarei enganado?
sofia e on
Como bom protestante socorro-me mais uma vez da Bíblia:
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem." (Hebreus 11:1). Bom, senão fosse assim também não era fé... Para o resto temos a ciência, a filosofia, etc. A fé é um dos vários capítulos da vida. Complementares uns aos outros.
Paulo
Acho que percebi. Não percebe, mas interpreta aquilo que não percebe.
Devo dizer-lhe que apesar de tudo acho o ponto de vista protestante em geral mais aceitável do que o católico. No entanto não percebo o que quer dizer com protestante. Deve pertencer a alguma igreja mais precisa, não?
Paulo,
O grande problema da humanidade reside naquilo que disse: existe apenas um caminho.
Peço desculpa, mas vou contradizê-lo. Não pode haver só um caminho. Há vários caminhos, e todos são válidos desde que se promova a felicidade dos seres humanos. Desde que as pessoas se respeitem.
Até posso acreditar que venham profetas, enviados por Deus, para que ensinem a melhor forma de agir para a humanidade. Mas não me venham dizer que só há um modo de fazer as coisas, porque isso não tem lógica nenhuma.
Não posso acreditar nunca numa religião que afirme que por se ser dessa religião estou num caminho melhor do que uma pessoa que siga outro. Não me parece nada cristã essa afirmação...mas eu não aceito dogmas com facilidade...
On
Um colega meu diz que quer ir para o Inferno porque é para lá que vão as gajas boas. Eu acho que ele, a brincar, está perto do conceito. Destas coisas só podemos falar por metáforas. O mesmo se passa com o Paraíso. Ninguém sabe como é. Basicamente o Paraíso é um lugar bom e o Inferno um lugar mau. Mesmo com gajas boas? Sim. Será sobretudo um lugar desepero (os sentimentos que lá se vivem, esses sim são descritos na Bíblia). Desespero porque a ilusão do pecado acabou e a esperança de um novo começo já não existe. Não sei se jogam poker, mas sei que não gostaria de estar nesse lugar...
Paulo
madi
A sua opinião é pelo menos tão respeitável como a minha. Só que neste caso, como cristão, prefiro escutar as palavras de Cristo (segundo a Bíblia, que considero Palavra de Deus). As palavras Dele não têm lógica? Bom, isso é uma opinião sua...
De qualquer forma, também lhe digo que não podemos limitar Deus. Ele é soberano. Podemos conjeturar muitas coisas para além do que nos foi revelado. Mas a única certeza que temos (eu pelo menos tenho) é essa revelação.
on
Fico satisfeito pela sua curiosidade. Normalmente o rótulo "protestante" satisfaz as pessoas. Mas tem razão. Ele define relativamente pouca coisa. Serve mais como sinónimo de "não-católico". Eu, repondendo à questão, sou membro de uma igreja Baptista.
Paulo
Caro Paulo, aprendi várias coisas hoje. Um delas foi que, se se quer converter alguém, o melhor é falar nas chamas do inferno e no caldeirão de enxofre. Com a metafisica que me apresentou, não leva a água ao seu moinho.
Mas gostei muito de falar consigo. Esta noite deve ter havido uma festa de catolicos e não nos convidaram. Já fomos separados deles. Começo agora a perceber o que é o inferno. Mas é possível que Deus seja católico, porque o Paulo ficou na nossa companhia. Bons sonhos!
Caro on
Também gostei de passar por aqui.
Só mais uma achega, em jeito de despedida.
Ninguém chega a Cristo por medo. Chega-se a Ele como o filho arrependido que volta a casa dos pais. Reconhecendo a nossa culpa e desejando voltar ao lugar a que pertencemos. Ora, este processo não pode acontecer só com argumentação (está bem , a minha podia ter sido um pouco melhor....). Como diz a Bíblia, é o Espírito que convence. Por isso dizemos que cada conversão é um milagre. A função do cristão é falar, expor. Foi o que tentei fazer. E agrade fico satisfeito por ter sido tratado com cordialidade.
On
sempre provocador...
Esta católica é uma "respeitável" dona de casa, por isso à noite, não há blog´s...
Não me surpreende dizeres que queres ser convertido pelos caldeirões e chamas do inferno...
Nós, seres humanos, fomos criados para a liberdade...Mas sentimo-nos bem é entre cordas. Porque é que à mensagem libertadora de Jesus, se foram acrescentando dogmas, e leis, etc, etc? Medo da liberdade, meu caro.
M. Conceicao
Caros M Conceição e Paulo,
tem toda a razão. Era essencialmente uma provocaçãozinha inocente. Falemos então um pouco mais a a sério. O vosso discurso é um discurso fechado. Só faz sentido para quem já é membro do clube e já acredita naquilo em que vocês acreditam. Não seria possível explicar as vantagens de ser crente a um não crente numa linguagem que faça sentido para este?
É também importante explicar a importância de não pecar de uma forma que o não crente possa entender.
Os caldeirões tém uma vantagem: entendem-se.
A vantagem de não pecar é sermos mais felizes e fazermos os outros mais felizes.
ca,
mas o que é pecar?
Essencialmente pecar é não amar. Santo Agostinho resumia isto dizendo apenas: "Ama e faz o que quiseres."
A dificuldade essencial é caracterizar o que é o amor. Esta palavra é muito usada com significados muito diferentes. O modelo de amor é o amor de Jesus e do Pai a quem Jesus se refere. O modelo para o cristão é amar como Deus ama, sendo esse Deus revelado em Jesus. Uma definição de pecado que vi usar com grupos de jovens é: "Pecar é não viver a 100%". A base é que fomos criados para amar a Deus e aos outros. Quando somos maus amamos menos, vivemos pior, somos menos felizes.
On
Eu não te posso fazer mais, do que dar-te as razões da minha Fé, que é a Fé da Igreja.
De facto nasci e fui, (e sou) baptizada "dentro" da Igreja Católica. Enquanto alguns colegas da mesma idade e familiares se foram afastando, eu, umas vezes empurrada pelo testemunho (e não só) da minha mãe,outras sendo "levada" sem saber como, fui permanecendo... Nestes anos, e já vão sendo alguns, de pertença à Igreja, muitos obstáculos, muitas incertezas, muita falta de Fé, têm feito parte do meu caminhar...
Hoje, 24 de Julho de 2005, digo-te que fazer parte da Igreja Católica, ajuda-me a encontrar o sentido para a minha vida.
Fazer parte da Igreja ajuda-me, a amar mais o meu marido, as minhas filhas, o meu pai, os meus irmãos, os vizinhos do lado, os da rua, os da cidade, do país...
Será que uma pessoa que não tem Fé, pode de igual modo descobrir o sentido da vida? A minha resposta é sim. Conheço várias. Conheço pessoas que não fazendo parte de uma confissão religiosa, amam mais e melhor que eu...A Igreja diz-me; que O Espírito Santo não está "cativo" das confissões religiosas. E eu acredito.
Portanto, para mim ter Fé, mesmo pequenina como é a minha, é essencial. Para outros, há outros caminhos e percursos...
M. Conceicao
M. Conceicao e CA,
acho que chegámos a um acordo.
O único comentário que tenho a fazer é que no que estão a dizer eu não reconheço nenhuma religião particular. As distinções entre as várias confissões cristãs esbatem-se. Um budista também podia subscrever o que disseram. Até um ateu.
Vamos todos viver plenamente.
De acordo!
Nesse caso aproveito para acrescentarque o budismo tem algo mais a dizer sobre o assunto. Algo que algumas comuniaddes cristãs estão a explorar em países onde a fé se vive de forma menos sectária, como a Alemanha. Mas isso fica para um próximo post.
M. Conceição
Assim estamos de acordo.
Fico à espera do post, on
Caramba! Isto foi uma verddeira batalha campal! Vou introduzir outra vertente : E que tal considerar que ao nascer iniciamos um caminho infinito para além da morte, onde o percuso único é melhorar e aperfeiçoar as nossas qualidades humanas e espirituais(isto inclui todos mesmo, mesmo os dito"ateus") e que esses lugares(estados de alma) definidos como cé, inferno, purgatório, limbo,baixo astral, etc. são definições medíocres do conhecimento de Deus, mas que no caminho ninguém se perde, pode é demorar mais ou menos tempo a compreender???
Se se pede ilumiação para os mortos, não será que os "mortos" que também somos nós estamos a pedir iluminação para os nossos queridos que passaram para além da ponte entre "estados" de alma?
A morte não é uma ilusão? Morre o corpo, mas o resto? morre?
Já leio a Maria da Conceição há bastante tempo porque comentamos em vários blogs, mas eu concordo com praticamente tudo com o que ela foi dizendo ao longo destes comentários. Se Deus é amor, como é que poderia "esquecer" algum dos seus filhos?
Há conceitos que são Idade Média pura!
Essa do Cé do Inferno, do Purgatório, é linguagem espiritual e todos nós podemos estar nesses estados, já aqui na Terra!
Gostei da batalha campal!
Morre tudo Luz dourada. Qunado eu me finar não sobra nada.
Caro On,
gostarei muito de te encontrar na eternidade, ou Céu, ou sei lá o que as nossas palavras humanas, forem dizendo...
Luz, gostei de te encontrar por aqui. Tens razão Inferno, purgatório, Céu são tentativas nossas de dizer o indízivel...
M. Conceicao
On,
alguma coisa sobra...Ou achas que as bactérias não hão de fazer uma festa?
Ou como dizes nuns posts acima, alguém poderá usar algumas partes de ti.
:)
luz dourada,
a sua opinião é bem mais lógica do que a ideia de céu e inferno. Para mim, claro...
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