O folhetim da "educação sexual" prossegue. As linhas gerais das notícias já estão aqui e o PÚBLICO de hoje confirma-as. Agora é a vez de uma equipa presidida por Daniel Sampaio fazer o seu número. O ministério, provavelmente em pânico com o pânico de alguns pais, soma e segue. Soma na coluna dos gastos, claro está. Nós pagamos. Mas, dada a delicadeza da matéria, não é impossível que depois da actuação da equipa dos novos iluminados os problemas se mantenham. A insensatez continua. O que deve ser ensinado sobre atitudes e comportamentos sexuais não pode ser incluido noutra disciplina de âmbito mais geral? Esquecem os responsáveis que, por muito competentes e sensatas que sejam as equipas que definem as orientações, quem vai actuar em campo é uma multidão de professores dos quais fatalmente uma larga percentagem terá visões próprias e altamente controversas sobre a matéria? O erro está em dar ao assunto o destaque de preencher uma disciplina inteira do currículo. Insensatez tanto maior quanto é verdade que a escolaridade está já sobrecarregada. O grupo de pressão dos psicólogos em excesso agradece. Preparemo-nos para as investidas seguintes, pois os sinais já andam por aí: talvez, quando este tema estiver arrumado, a nova proposta seja a de uma disciplina de educação nutricional, para prevenir os efeitos alarmantes da obesidade infantil...
Isto se o tema algum dia ficar arrumado, claro. Eu acho que o episódio II que agora começa não será o último.
4 comentários:
Aguardemos a continuação dos próximos episódios:) Mais parece uma saga.
Admito que não li tudo (nem pouco mais ou menos) que se publicou sobre este tema nas últimas semanas. Mas quanto sei, a educação sexual está actualmente a ser ensinado de modo transeversal, ou seja, em várias disciplinas e não numa disciplina específica. Sendo assim, isso não torna desnecessário que haja um conteúdo curricular que sa chama educação sexual, que define os objectivos, procedimentos e orientações para as várias disciplinas em que a ES se deve integrar.
Na prática, sei eu, tanto como pai como através da minha mulher, que é professora, não existe orientação e coordenação nenhuma. Assim que a matéria está entregue ao deus dará, a cada professor, que efectivamente, como bem diz, tem as suas convicções e ideosincrasias, que, na ausência do mais, acabam por ser determinante para o (não-)ensino da ES em Portugal.
Maqs acho bem que alguém como Daniel Sampaio analisa as organizações intervenientes neste dominio. Porque esses são grupos de pressão, e gostava de saber quem são, quem está por detrás deles, quais os eventuais interesses os movem, como efectivamente influenciam o ensino da ES.
Por detrás do MDV (Movimento de Defesa da Vida) estão católicos de orientação mais ligada à doutrina oficial.
That's a great story. Waiting for more. »
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