Os temas tratados neste blogue flutuam um pouco ao sabor dos acontecimentos. Ultimamente destacaram-se dois temas. Os problemas de segurança e questões religiosas. Estes dois temas não estão assim tão separados. Vou resumir o que se passou correndo o risco de simplificar demasiado as coisas.
O Lutz levantou o problema da existência do Diabo para os cristãos. Os cristãos conservadores acham que existe. Eu lembrei que o diabo é o bad cop que é fundamental para que o sistema funcione. É o Diabo que pune os que prevaricam. Os cristãos mais progressistas ficaram numa posição delicada, pois não queriam cair em heresia. Depois de uma longa discussão chegou-se a um certo consenso entre a Maria da Conceição, O CA, a MaDi e eu, entre outros. Os cristãos progressistas afirmam que o Diabo não existe própriamente e não compete à religião punir ninguém, que as pessoas se punem a elas próprias ao se afastarem do bem. Não é esta a minha opção, mas acho-a coerente e respeito-a. Passemos então do sagrado para o profano.
Os comentários do CA ao post do Lino parecem indicar que ele transpõe para o profano a sua posição religiosa. Obviamente que o pode fazer, enquanto alguém lutar para que esta sociedade funcione e ele possa viver numa democracia. Será essa a única atitude coerente?
32 comentários:
"Os comentários do CA ao post do Lino parecem indicar que ele transpõe para o profano a sua posição religiosa."
No cristianismo não há dicotomia profano/religioso. A maior afirmação religiosa de Cristo é a sua própria vida (morte incluída) e o cristão é chamado a segui-lo.
"Obviamente que o pode fazer, enquanto alguém lutar para que esta sociedade funcione e ele possa viver numa democracia."
Nas sociedades humanas sempre se lutou mas em muito poucas houve democracia. Sempre se usou a violência para resolver problemas mas muito poucos foram resolvidos pela violência. Não abdico do uso da violência (não fui objector de consciência ao serviço militar) mas acho que deve ser sempre um último recurso, usado com proporcionalidade e parcimónia.
Tenho para mim, que este blog é da autoria de uma só pessoa, de nome... Oncalino! (vamos lá ver se pega...) :)
Sofia, esqueceste-te do A./OMWA. Achas que ele podia existir sem ser inventado?
Um blogger com múltipla personalidade...Pode ser, pode ser
On,
Como deves ter reparado não estive na discussão ao post do lino, mas estive agora a ler e não consigo perceber porque os comentários do ca transpõe para o profano a sua posição religiosa...
O que queres dizer com isso?
Não, On. De facto... Mas pensei que eu é que tinha inventado a sua existência. O meu inconsciente a projectar um recalcamento. OMWO... OMO... cesto de roupa cheio... máquina de lavar... e eu aqui, na boa vida... Expliquem-me lá a origem dos vossos nomes, por favor... Era essa a veradeira intenção, confesso. A curiosidade, mata-me. :)
Confesso.
O A. nao existe. É pura ficção (copyright 2005, todos os direitos reservados), uma invenção do OMWO (que se lê apenas "OM", mas com eco, e de tras para a frente). Que foi inventado pelo A., e portanto também não existe, excepto como entidade ficcional(copyright 2005, todos os direitos reservados).
Dito isto, a origem do meu nick até está bastante clara no meu blog, minha cara Watson, se se procurar com atenção, mas o que interessa um nome de qualquer forma? A Rose, by any other name...
O lino e o omwo possuem blogs. Devem existir. O on e o ca? são a mesma pessoa: Onça!
Madi, aqui vai a resposta à tua pergunta:
O Diabo não é mau. O Diabo castiga os maus, portanto defende os valores do Bem. É o polícia mau: o aparelho repressivo da dividade. Alguns católicos progressistas negam a existência do Diabo e até do Inferno como local para onde algumas almas são enviadas depois de julgadas. Eles não se se tem confortáveis com a ideia de que Deus possua um aparelho repressivo. Deus é amor. Que acontece então aos maus? Os maus afastam-se do amor e essa é a sua punição.
Respeito esta opção em termos religiosos e em termos individuais. Transpor esta posição para o profano é querer impô-la aos outros, transformá-la no padrão de comportamento que todos devem seguir. Corresponde a querer minimizar o a intervenção do estado na defesa da segurança dos seus cidadãos e a liberdade de um cidadão para se defender quando atacado.
O arrastão não foi assim tão importante. Não frustem as expectativas dos ladrôes quando eles vos querem assaltar senão da próxima eles vão ser mais violentos, etc.
Volatando ao sagrado: se Deus é amor, porque é que Jesus expulsou os vendilhões do templo? Se o CA lá estivesse tentaria certamente converter Jesus ao Amor. Era assim tão indispensável expulsar os vendilhões do templo? Não era um caso de vida ou de morte...
Sofia,
se eu te explicasse a origem do meu nome teria de te matar a seguir. Digamos que foi escolhido à pressa. Ando a ver se arranjo um of mas ainda não consegui arranjar ninguem que enfie a carapuça.
E tinhas coragem de matar uma Onça?? Mesmo que não fosses amigo dela? :) Então, quero apenas uma resposta: Algum de vocês vive fora de Portugal?
Um nome, apesar de ser só um nome, interessa, Omwo (já lá fui e já percebi :)). Para mim, é importante saber. Mas compreendo e respeito o facto de não me dizerem. :)
On
Jesus fez ele próprio um arrastão no templo. ;)
E roubou muitos telemoveis?
Sofia, nós vivemos todos em Portugal. Até já trabalhámos todos no mesmo corredor.
Agora o CA mudou-se para outro corredor, dois pisos abaixo.
Os telemóveis são importantes nos arrastões?
Se Jesus fez um arrastão (tu o disseste) deve ter roubado alguma coisa. O que é que roubou? Ou os arrastões são distribuições de amor?
CA, e que tal discutir isto a sério, em vez de te refugiares na brincadeira. Faltam os argumentos não é?
Sofia e Calvin, já estão convencidos que nós somos duas pessoas? Trocar de identidade a toda a hora dá muito trabalho...
então se trabalham no mm corredor podem ser a mesma pessoa, então será onlino...já que o ca se mudou
"se Deus é amor, porque é que Jesus expulsou os vendilhões do templo? Se o CA lá estivesse tentaria certamente converter Jesus ao Amor. Era assim tão indispensável expulsar os vendilhões do templo? Não era um caso de vida ou de morte..."
A questão central é que por vezes, perante um atentado à propriedade privada, reagimos como se algo de trágico estivesse em causa. O que há de comum entre Jesus no templo e o arrastão é que em ambas as circunstância a propriedade privada é posta em causa. Jesus destrói bens mas não os rouba, embora ao derrubar bancas de dinheiro tenha provavelmente facilitado o seu roubo. No arrastão há roubo de alguns bens. O prejuízo no templo foi provavelmente maior do que o prejuízo no arrastão.
Podemos discutir as razões de Jesus, mas fica claro que em determinadas circunstâncias Jesus admite quer a destruição de propriedade que o uso de alguma violência.
Jesus é para o cristão o modelo de Amor. Amar não é ser inerte, cobarde ou parvo. O problema dos discursos que fazem a apologia da violência é que não percebem a coragem que é necessária para evitar a violência e confundem a não violência com alguma forma de cobardia.
Não me revejo nas frases que se seguem pelo que me dispenso de as comentar:
"Transpor esta posição para o profano é querer impô-la aos outros, transformá-la no padrão de comportamento que todos devem seguir. Corresponde a querer minimizar o a intervenção do estado na defesa da segurança dos seus cidadãos e a liberdade de um cidadão para se defender quando atacado. O arrastão não foi assim tão importante. Não frustem as expectativas dos ladrôes quando eles vos querem assaltar senão da próxima eles vão ser mais violentos, etc."
Madi, não digas isso!!!!!!!!!!!!! Não brinques, ou corres o sério risco de incorporar em mim, ou no Calvin...
ON: Vou, de uma vez por todas, tentar resolver este mal-entendido. Quando "insinuei" que seriam a mesma pessoa, quis apenas lançar uma provocação para o ar, para, na consequência das vossas respostas a desmenti-lo, poder ficar a conhecer-vos um pouco melhor. SÓ ISSO. Mas o facto, é que não fui nada bem sucedida na minha pretensão e, pior ainda, a provocação voltou-se contra mim, na forma de uma acusação séria. ON, não vou sair daqui sem te dizer que, de todos os autores deste blog (assim, exagerando, até parece que são muitos, mas é propositado...), era relativamente a ti que a minha curiosidade e empatia eram maiores. De qualquer forma, tanto me dava que fossem um ou dez. E sinto muito que se tenha levantado a poeira da desconfiança. Vou continuar a vir aqui, porque gosto sinceramente deste blog. Mas não vou comentar mais. Relativamente à questão do local onde vivem, só perguntei, porque existe um registo de acesso ao meu blog com alguma frequência, através do Prozacland, a partir de Inglaterra. Era a curiosidade a roer, novamente. Cumprimentos aos três e continuem assim.
Ok, on.
O uso da não violência para a promover a segurança dos cidadãos é vista como uma transposição do sagrado para o profano.
Eu não estou bem certa disto.
Mas acho que tratar a violência com mais violência só poderá gerar mais violência e entra-se num ciclo vicioso, tornando a sociedade baseada no medo. Como aconteceu no Brasil, por exemplo.
Deve-se é tratar dos problemas base...
Sofia overeacting
Agora não vais comentar,Sofia!
Tu é que causas aqui a discussão,que provocas...Tens que continuar a comentar...
Achas, Madi? Não conheço suficientemente o ON, para saber se está apenas a reagir à minha brincadeira (de uma forma muito convincente, diga-se de passagem), ou se está, de facto, a acusar-me de ser uma criação de outra pessoa. De ser falsa, portanto. Ou artificial. Eu não lancei discussão nenhuma!! E tenho este defeito, de só querer estar presente e dar sinal da minha presença, quando sinto que não existe hostilidade em relação a mim.
Sofia e Calvin,
espero que o meu mail tenha esclarecido as coisas. Foi só uma provocaçãozinha inocente. Nenhum homem seria capaz de inventar um blog como o teu. Deves ser a primeira a saber isso. Não pretendia insultar niguém.
REWIND... ERASE...
ON, meu caro! Então, como estão TODOS os autores deste blog? Bem? Óptimo. Até ao próximo post, caríssimoS. :)
Deixei, de novo, a minha posição explicitada num post em
http://espectadores.blogspot.com
Cumprimentos,
Bernardo Motta
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