O mundo não é a preto e branco. As nossas convicções são? Quando nos apresentam um facto, temos necessidade de acreditar na sua veracidade ou recusá-la liminarmente, ou sentimo-nos confortáveis em lhe atribuir um certo grau de incerteza? A lógica difusa ensina-nos a lidar com essa incerteza.
Um copo não tem de estar cheio ou vazio. Pode estar 30% cheio.
Chávez pode não ser um anjo nem um demónio.
Usa a lógica difusa no dia a dia, intuitivamente?
Há algum facto histórico relevante a cuja veracidade atribua uma probabilidade algures entre os 20 e os 80%?
Há algum facto histório relevante sobre cuja veracidade tenha mudado de opinião?
Há algum acto histórico relevante sobre cujo estatuto moral tenha mudado radicalmente de opinião?
Limitemo-nos a factos ocorridos depois do nascimento dos nossos avós...
Um copo não tem de estar cheio ou vazio. Pode estar 30% cheio.
Chávez pode não ser um anjo nem um demónio.
Usa a lógica difusa no dia a dia, intuitivamente?
Há algum facto histórico relevante a cuja veracidade atribua uma probabilidade algures entre os 20 e os 80%?
Há algum facto histório relevante sobre cuja veracidade tenha mudado de opinião?
Há algum acto histórico relevante sobre cujo estatuto moral tenha mudado radicalmente de opinião?
Limitemo-nos a factos ocorridos depois do nascimento dos nossos avós...
29 comentários:
Sim, mas...que desilusão vindo de alguém que até já leu o primeiro capitúlo do Jaines! >:->
A lógica fuzzy é só uma bastardização da teoria das probabilidades bayesiana. Bayes for dummies so to speak. :) A lógica clássica é o caso particular da teoria das probabilidades, que se obtém quando todas as probabilidades são zero ou um. A lógica fuzzy é pelo contrário apenas uma coisa um bocado ad hoc, um bocado colada a cuspo, parece-me.
Quanto às tuas perguntas, eu ganhei o habito de atribuir probabilidades subjectivas a tudo e mais alguma coisa. Ha poucos casos em que na vida se possa de facto usar o modus ponens, simplesmente porque ha poucas proposições X com p(X é Verdadeiro)=1.
Ha muitos mais casos na vida onde se podem usar as regras da inferencia.
Quanto ás perguntas especificas:
Sim, sim, sim, sim, sim.
Nao sei porque isto agora tb me lembrou o American Beauty.
Ah, quando eu digo "teoria das probabilidades" quero dizer a bayesiana. A outra, "a clássica", não é mais que um acidente histórico. E uso a palavra "acidente" no seu sentido habitual: um acontecimento fortuito e indesejável. :)
E se algum matemático disser "ah, pois. isso das probabilidades é giro, porque é uma aplicação da teoria da medida", verá imediatamente vedado o seu acesso às strippers esta noite. :)
Ah, pois, isso das probabilidades é giro, porque é... erhh... strippers? A que horas?
:))) Hugo!!
Eu diria mais: Limitemo-nos a factos ocorridos depois do nosso nascimento... Aí uns 6 ou 7 anos depois... Se bem que, no meu caso, pode ser depois dos 4. Lembro-me perfeitamente do dia em que fugi do jardim de infância, com essa idade. E quando sou eu a contar, parece divertido. Quando é a minha mãe, não. E aquilo foi, de facto, muito divertido. Por isso, só posso concluir que a nossa versão é sempre a verdadeira.
Creio que a lógica difusa não tem a pretensão de lidar com a incerteza mas sim com predicados que variam de "intensidade".
É uma boa resposta a questões como aquela de saber se a um monte de areia tiramos um grão de areia ainda temos um monte de areia.
Uma aplicação que me parece interessante seria à ética e nomeadamente ao problema do aborto. Se o predicado "ser pessoa" for difuso deixa de existir a questão de saber em que instante passa a existir uma pessoa humana que deve ser protegida: o ser pessoa iria ganhando intensidade e a protecção legal poderia ir também crescendo proporcionalmente.
O sr. CA tem um primo da província que costuma visitá-lo nas vésperas dos referendos contra o aborto? Mande-lhe cumprimentos meus, quando for passar o Santo Natal à terra!
�H� algum facto hist�rio relevante sobre cuja veracidade tenha mudado de opini�o? H� algum acto hist�rico relevante sobre cujo estatuto moral tenha mudado radicalmente de opini�o?�
E que tal o Cristianismo?
.
Parece que quando o sr. CA exprime uma opinião passa ele próprio a ser o assunto da discussão.
O sr. CA não. O seu primo.
Diogo, antes de nos mandar a algum sítio, como sempre, que tal dizer qual era a sua opinião antes e depois.
"O sr. CA não. O seu primo."
Envovler a família ainda é pior.
Agora já não se pode mandar cumprimentos a alguém?
Pelos vistos, tem mesmo um primo com o mesmo nome!
Muito me alegra sabê-lo.
À pois, a matemática...
OMWO,
para o fim em causa, a fuzzy logic chega e sobra. Não vamos complicar as coisas.
CA,
"com que intensidade é que eu vou acreditar no facto X?"
ou
"que probabilidade vou atribuir ao facton X?"
é assim tão diferente?
CA, ON:
Então, meus senhores?... Estamos quase no Natal... :)
Sofia,
quanto mais bato ao CA, mais gosto dele.
ola CA
>Creio que a lógica difusa não tem a >pretensão de lidar com a incerteza >mas sim com predicados que variam >de "intensidade".
Vai dar ao mesmo. A menos de
1)faz enfase em ferramentas diferentes - mas se usamos uma ferramenta ou outra pouco interessa. É como a mania que os matematicos têm de que lá porque se costuma enunciar a axiomatica da probabilidade em termos de ferramentas da teoria da medida entao isso é algo de fundamental. As questões que interessam não têm nada a ver com esse facto acessório (e limitativo).
2- A teoria bayesiana das probabilidades é uma coisa com pés e cabeça, que está ao mesmo nivel epistemologico que a teoria clássica da lógica. A lógica fuzzy não chega provavelmente a ser um caso particular porque provavelmente não chega a ser sequer consistente. O "provavelmente" aqui deve ser compreendido em termos bayesianos, e denota a minha grande ignorancia acerca da fuzzy logic - li umas coisas em tempos e pareceu-me não merecer mais investimento. É sempre possivel que tenha lido as coisas erradas.
ON:
Eu sei que para o que é, serve. Mas alguém tinha que te vergastar pelo crime. Isso, tal como a tua escolha, era inevitável :p. O proposito é que os matematicos na audiencia que ainda pensam que probabilidades é aquela treta que nos ensinaram na escola se sintam compelidos a procurar um senhor chamado Jaines e um livro chamado "probability theory, the logic of science", que por acaso até anda pela web em pdf. E assim serão iluminados, e eu terei feito a minha boa acção. :)
OMWO,
perdes-te a password?
És livre de pregar a tua religião.
Se o CA quiser pregar alguma, também se arranja uma conta de administrador. Lá por isso...
E para mim?
Também posso administrar?
ON: haha.
E depois o meu boss vergastava-me a mim por andar a fazer posts em vez de trabalhar nums calculos que ele me deu e dos quais ainda nao percebi nada. :)
Não, prefiro só mandar bocas. Entre o trabalho e os meus desenhos, só sobra tempo para isso. :)
Eu apertava com esse gajo.
Ou punha-o a andar.
O on quando estaciona mal o carro e considera o risco de ser multado, aplica a teoria matemática da lógica difusa? Vá lá, essa referência à lógica difusa foi só para dar um ar fancy e kool (assim como o meu recurso ao English com k's)? :-)
Jaime
Sim e não, Jaime.
Podemos voltar a discutir isso daqui a uns dias.
ubber alles?
On:
"Sim E Não" parece-me uma boa resposta. Mais exactamente, a resposta certa seria
Sim a X por cento, não a 100-X por cento :)
Jaime: Eu cá uso (sempre) a teoria Bayesiana das probabilidades para estacionar (mal!) o carro.
Se achas isso estranho...tu usas o quê?
ON, um motivo mais sério para achar que devias ter referido o bayes em vez dos fuzzys: é certo que com os fuzzys podes abordar a questão das verdades parciais. Mas penso que estarás interessado na noção de que essas nossas crenças parciais devem ser actualizadas em resposta à experiencia (falas no post de mudanças radicais de opinião). Ora é precisamente a regra de Bayes que permite essa actualização das crenças parciais, passando dos pre-conceitos (prior probabilities) para os pos-conceitos (posterior probabilities). A teoria do Bayes explica ainda porque é que os preconceitos são aliás, não palavrões, mas parte essencial de qualquer raciocinio. Ter uma mente aberta nao significa nao ter preconceitos, significa isso sim não objectar à actualização desses preconceitos com a recepção de informações novas.
Por exemplo, será que devo estacionar o carro (mal) num certo lugar X? O meu prior pode ser estabelecido a partir do mero comentario de um amigo que me diz "ah, e tal, aqui nunca ninguem foi multado". Eu arrisco, subectivamente, um prior que me diz que a probabilidade de ser multado é p=0.05 (deixo uma margem para a ignorancia do meu amigo). O prior é, claro, subjectivo. Mas se ao fim de cinco tentativas eu for multado, o prior altera-se, de forma *objectiva*, pela regra de Bayes, para um novo valor mais alto de p. E ao fim de suficientes tentativas o valor de p para duas pessoas objectivas que partissem de priors subjectivos muito diferentes, tornar-se-á tão semelhante quanto se queira.
Já agora, o Jaime também usa este processo para decidir se estaciona mal ou não, ainda que não lhe chame nomes "cool" nem faça as contas todas. :)
Pelo menos devia :D.
Sim e não, OMWO.
Podemos voltar a discutir isso daqui a uns dias.
O Jaime nunca estacionaria mal o carro. Não é Jaime? Aqui estou a usar um preconceito Bayseano.
Cool, Jaime?
omwo, eu não uso teoria nenhuma porque não tenho carro. :-)
on, eu ou nunca estaciono mal, ou estaciono sempre mal. Porque comigo ou é 0 ou é 1! It's a black and white world! :-)
"O mundo é um quadro preto"
Ludwig Witgenstein
on
"O mundo é um quadrado branco"
Moi Meme.
off
"The world sucks!"
Jaime num mau dia :-)
Jaime
Not on neither off, just damaged
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