quarta-feira, junho 7

O Dilema do prisioneiro 3

Era uma vez uns milhões de arbustos que saltitavam de geração em geração pelos campos da Califórnia. Havia luz do sol que chegasse para todos. Mas um dia um arbusto cresceu um pouco mais do que os outros. Tapou o sol aos outros e reproduziu-se mais depressa. Os arbustos não ganhavam nada em gastar mais energia no crescimento, mas os que não sofriam a mutação no gene acabavam por desaparecer. Alguns milhões de anos depois as poucas centenas de arbustos que sobreviveram a esta louca corrida aos armamentos ultrapassam em altura o comprimento de um campo de futebol. Chamam-se sequóias. A sobrevivência desta espécie encontra-se ameaçada. Se os arbustos tivessem "concordado" em não crescer estariam numa situação muito mais confortável.
Como explicar que a selecção natural tenha conduzido esta espécie a um mau negócio? O dilema do prisioneiro ajuda a explicar este e muitos outros fenómenos. Este "jogo" ocupa um lugar central na Teoria dos Jogos.

3 comentários:

Sofia disse...

Eu sabia que o altruísmo era uma coisa boa. Só podia ser. Se a Wikipedia diz, é porque é.

Se a selecção natural conduziu essa "espécie a um mau negócio", que dizer da NOSSA espécie...!?

De qualquer forma, SE os dinossauros tivessem sobrevivido...

António Araújo disse...

Acontece o mesmo com os pavões. Aquelas caudas só dão problemas, mas as fêmeas seleccionam a partir do tamanho da cauda, por isso não há nada a fazer a não ser criar caudas cada vez maiores até ao ponto em que elas fazem perigar a viabilidade do animal...

Pelo mesmo motivo os humanos estão cada vez mais altos. A partir de certo ponto ideal, a estatura só serve para jogar basketball. Não é biomecanicamente eficiente. Mas enquanto os recursos permitirem e a selecção sexual o preferir, um atributo vantajoso será acrescido até se tornar absurdo...

Quando as circunstâncias mudam os dinossauros e as sequoias apercebem-se que afinal não são grande coisa em termos de eficiência individual...mas fora dos periodos dificeis a natureza dá-se a estes entusiasmos decadentes :)

Orlando disse...

OMWO,
tens toda a razão.
São casos análogos.
Que necessitam de uma explicação um pouco mais elaborada do que o modelo do Dilema do prisioneiro