- Ansiosa, a jornalista explicava-nos que a principal causa de mortalidade infantil em Portugal eram as mortes por acidente ocorridas em casa. Como é possivel que seja assim?
- "O número de acidentes viação este ano foi maior do que o ano passado."
- "O número de acidentes viação este ano foi menor do que o ano passado."
Convém lembrar que:
É impossível reduzir a mortalidade infantil a zero. Haverá sempre uma causa de mortalidade infantil que acabará por ficar em primeiro lugar. As mortes por acidentes ocorridos em casa passaram para primeiro lugar porque o nosso país resolveu os seus problemas mais graves de saúde pública. Devíamos celebrá-lo com champagne.
Para discutir as causas de mortalidade infantil seria necessário arranjar números sobre outros países, compará-los com os nossos, etc. Os números em valor absoluto não tém qualquer significado. Obter esses números e analisá-los dá algum trabalho. E estragavam o tom melodramático do programa de rádio que eu estava a ouvir.
Insistir na questão dos acidentes ocorridos em casa com crianças, se os números forem semelhantes aos de outros países, contribui apenas para criar um clima de hiperproteccionismo entre os pais.
O facto de este ano ocorrerem menos acidentes de transito do que o ano passado não tem necessáriamente que ser interpretado como sendo o resultado de uma melhoria da segurança rodoviária. É mais provavel que esteja relacionado com as condições atmosféricas que ocorreram durante os períodos de férias, com o aumento do preço da gasolina, com a diminuição do número de pontes.
Só faz sentido analisar os resultados de uma política de segurança rodoviária olhando para um gráfico onde se mostre a evolução do número de acidentes ao longo de pelo menos os ultimos cinco anos. Dá trabalho a interpretar, as conclusões podem não ser muito claras. Pode-se descobrir até que afinal não há nada de relevante para noticiar. Para quê ter tanto trabalho?
- "O número de acidentes viação este ano foi maior do que o ano passado."
- "O número de acidentes viação este ano foi menor do que o ano passado."
Convém lembrar que:
É impossível reduzir a mortalidade infantil a zero. Haverá sempre uma causa de mortalidade infantil que acabará por ficar em primeiro lugar. As mortes por acidentes ocorridos em casa passaram para primeiro lugar porque o nosso país resolveu os seus problemas mais graves de saúde pública. Devíamos celebrá-lo com champagne.
Para discutir as causas de mortalidade infantil seria necessário arranjar números sobre outros países, compará-los com os nossos, etc. Os números em valor absoluto não tém qualquer significado. Obter esses números e analisá-los dá algum trabalho. E estragavam o tom melodramático do programa de rádio que eu estava a ouvir.
Insistir na questão dos acidentes ocorridos em casa com crianças, se os números forem semelhantes aos de outros países, contribui apenas para criar um clima de hiperproteccionismo entre os pais.
O facto de este ano ocorrerem menos acidentes de transito do que o ano passado não tem necessáriamente que ser interpretado como sendo o resultado de uma melhoria da segurança rodoviária. É mais provavel que esteja relacionado com as condições atmosféricas que ocorreram durante os períodos de férias, com o aumento do preço da gasolina, com a diminuição do número de pontes.
Só faz sentido analisar os resultados de uma política de segurança rodoviária olhando para um gráfico onde se mostre a evolução do número de acidentes ao longo de pelo menos os ultimos cinco anos. Dá trabalho a interpretar, as conclusões podem não ser muito claras. Pode-se descobrir até que afinal não há nada de relevante para noticiar. Para quê ter tanto trabalho?
4 comentários:
Bem visto.
Só não percebi a parte das pontes.
Jaime
www.blog.jaimegaspar.com
:) O Jaime não existe! :)
As pontes, Jaime, não são aquelas como a de Entre-os-rios.
São mais as que acontecem quando o feriado acontece a uma quinta ou segunda-feira.
Claro que a responsabilidade deste tipo de mal entendidos é inteiramente do ON. Bastava dizer que pode ter havido menos gente na estrada. Homens...
Obrigado, Sofia. :-)
«Homens...»? Estás tão desiludida com esse género? ;-)
Jaime
www.blog.jaimegaspar.com
:) Digamos que... sou demasiado observadora.
Só podia haver desilusão se a expectativa fosse elevada... :)
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