sexta-feira, junho 23

Melhor é impossivel

Pergunta muito bem o /me. Para quê a igreja? Uma pergunta a que ele, e a MC, não podem deixar de responder. Estes dois católicos revelaram recentemente partilhar uma heresia. Fazem tábua raza de toda a tradição católica, instituindo o amor como único mandamento. Fazem-no de uma forma tão radical que se querem tão livres como qualquer ateu. E ao mesmo tempo esperam ser aconchegados por Deus, e pela Igreja? Não dá, meus! Acho bem que acabem na fogueira!

31 comentários:

maria disse...

Estou mesmo furiosa!!!!!
Faz favor de lavar a boca com sabão cada vez que falar de Deus, do Amor, da Igreja, da MC.
Por que é que um ateu pode falar de amor e um crente, não?

Porra, que isto está pior que o DA.

maria disse...

pronto, pronto, pronto

fui lá fora, respirei fundo, contei até dez e volto de mansinho a perguntar:

-Qual é a imcompatibilidade da Igreja com o Amor?

Orlando disse...

DA?
MC, isso não são argumentos.
Na fogueira, as pessoas morrem asfixiadas. Não é tão mau assim:)

Orlando disse...

A igreja Católica pressupõe toda a uma série de leis que vão muito para lá de amar o próximo.
Só lá fica quem quer...

Se só falamos de amor, qual é a diferença entre ser católico e ortodoxo? Tem a ver com a freguesia em que nascemos?

Numa sociedade livre, podem pensar como quiserem. Acho muito bem. E a igreja não vos põe fora porque não convém diminuir o número de sócios.
Mas é preciso muita imaginação para vos chamar de católicos.
Bem eu tenho alguma...

maria disse...

ON,

começaste com mais uma das tuas provocações que dá muito pano para mangas. Agora não tenho tempo. A vida espera-me :)

Adianto-te que tenho no meu blog um poema da Alfonsina Storni, que acho que te responde. Muitas vezes espera-se da Igreja que ela seja o que não pode ser. É humana e finita, logo, não vive o Amor de forma absoluta. Ninguém vive. Mas dizer que a Igreja o vive menos, também não é verdade.

Posso não ter percebido todo o sentido do teu post...para isso existem os comentários :)

maria disse...

ainda mais esta:

"A Igreja Católica pressupõe uma série de leis que vão muito para lá de amar o próximo"

isto é um bocado subjectivo tinhamos que ir ver caso a caso. Mas o objectivo é de com elas se amar o próximo. O problema é que por vezes se põe mais força, mais empenho na lei do que no próximo, e aí aparece o desiquilíbrio.

Na minha relação pessoal com a Igreja, olho para o conjunto, olho para o que me diz a minha consciência e vejo até onde posso ir. Ainda não tive de decidir que a minha pertença à Igreja era imcompatível com o que eu acho melhor para mim.

Sofia disse...

O ON procura, desesperadamente, tornar-se católico. Isto que ele faz, é uma tentativa desesperada, como ele, de ser convencido. Tentem todos os argumentos. Algum há-de funcionar. Vontade não lhe falta. Portanto...

Anónimo disse...

Poupem-me.
Este sujeito tem pancada pela religião. A sofia esta cheia de razão. O gajo deseja mais ser catolico do que Portugal Ganhe o mundial.
Quem desdenha quer comprar e quem muito desdenha....

Orlando disse...

Meus caros, vou responder a tudo.
Mas vai ser devagarinho.

Sofia disse...

Quem muito desdenha... quem muito desdenha... (esta é difícil...)
Isto é uma adivinha, não é?
Quemmuitodes-de-nha...
Q-u-e-m- m-u-i-t-o d-e-s-d-e-n-h-a...
Quem muito desdenha, quer comprar para alugar a seguir?

CA disse...

"A igreja Católica pressupõe toda a uma série de leis que vão muito para lá de amar o próximo."

Por exemplo...

Orlando disse...

CA,
qual é a diferença entre ser católico, ortodoxo e anglicano?
Não deve ter nada a ver com amar o próximo!

maria disse...

ON,

já vou dando razão à Sofia...agora queres que o CA te diga porquê ser católico e não outra coisa qualquer. Queres o trabalho de casa feito?
Porquê ser católico?
Além de algumas questões doutrinais, eclesiológicas, teológicas, etc. continuo a querer ser católica e rezo o Credo onde professo a fé na Igreja sem problema nenhum. A única coisa que não subscrevo, é dizer que a Igreja Católica é o único caminho para a salvação. Ouço isso dia sim, dia sim. E vou pensando:"Perdoai-lhes, Senhor, não sabem o que dizem."
Não vou mudar de Igreja, só porque acho que a Igreja Católica está a marcar passo em determinados assuntos. Não vou escolher a anglicana, por exemplo, porque ordenam mulheres. Isso não era motivo suficiente.

Mas voltando às leis e ao Amor. Jesus Cristo, narram-nos os Evangelhos, teve que enfrentar esse problema e enfrentou-o de forma radical. Frente a uma lei desumana e a uma pessoa concreta, ele escolhia a pessoa em detrimento da lei. Continuamos a ter que fazer o mesmo. Qual a novidade?
Depois outra coisa. Existem as leis, existem as pessoas que infringem as leis (que continuo a dizer, devem ser para servir a pessoa)a Igreja tem o remédio para isso - o sacramento da reconciliação. Que a pessoa usa as vezes que forem precisas.É uma porta sempre aberta. Não existe nenhuma lei que obrigue a pessoa à exclusão. Isso seria uma aberração. Não pode, receber as espécies eucarísticas, mas isso não significa que se tenha de pôr fora da comunhão da Igreja. É claro que muitas vezes, as comunidades não sabem aceitar e enquadrar devidaemnte estas situações, as pessoas muitas vezes também não têm estrutura para se manter em situações limites destas e afastam-se. Todos perdem com isso.

Resumindo: na Igreja Católica o Amor não se opõe às leis. Exige é maturidade para viver a fé. Infelizmente, falta muito nas comunidades. As pessoas não passam do "fatinho do baptismo".

maria disse...

ON,

tu é que dizes heresias (mesmo sendo ateu) :))))

ao dizeres que eu e o /me fazemos tábua rasa de toda a tradição católica ao elegremos o Amor como único mandamento. Se não o fizéssemos é que não éramos católicos. Se acreditamos em Jesus Cristo e em Deus por Ele revelado, temos que necessáriamente professar a nossa fé no amor :)

Já sei, já sei, vais falar-me dos pecados da Igreja. Tens razão. Tantas vezes na sua história meteu o amor na gaveta e levantou outros valores. Mas quem for capaz que atire a primeira pedra. Uma coisa é professar o amor, outra é ter-se consciência que todos os dias, de algum modo, o atraiçoamos.

Estamos entendidos?

E já agora que falei do DA, está lá um post do João Vasco, que só prova que ele faltou às aulas de catequese todas.

Orlando disse...

Pois é MC,
mas não respondeste á questão que coloquei ao CA:)
Eu acho que uma imagem vale mil palavras.
Cá estou preparando as minhas respostas.

CA disse...

On

"CA,
qual é a diferença entre ser católico, ortodoxo e anglicano?
Não deve ter nada a ver com amar o próximo!"

E daí talvez tenha.

Em primeiro lugar é importante dizer que o cristianismo só faz sentido se vivido em comunidade. Ser cristão é construir uma comunidade com todos os homens e é importante começar imediatamente com aqueles que acreditam no mesmo Deus e no caminho de Cristo.

As comunidades estruturam-se em diversos níveis e nem sempre estão de acordo. Manter alguma unidade no meio de tanta gente é seguramente delicado. Por razões históricas foram existindo estas cisões dentro da comunidade dos cristãos. É normal que um cristão que nasce num país onde uma determinada denominação é maioritária adira a essa denominação.

Cada comunidade foi-se habituando a ver determinados defeitos das outras e virtudes da sua, evitando assim a incorporação na outra.

Concretizando: a diferença entre ortodoxos e católicos é imperceptível. Na prática tem apenas a ver com o facto de entre os católicos ser Roma que controla tudo enquanto entre os ortodoxos isso não é assim. Há algumas questões doutrinais mas nenhuma me parece importante. O que tem que ver com o amor: ambas as comunidades pensam que a sua forma de funcionar é a que melhor promove o amor.

Com os anglicanos há algumas diferenças mais profundas na interpretação da teologia, mas houve muitas diferenças que se esbateram nos últimos séculos. Em alguns aspectos reconhecemos hoje que os protestantes tinham uma visão do futuro: o acesso à Bíblia é um deles. Mais uma vez diria que há concordância no amor mas discordância no modo de lá chegar ou de o viver.

Pessoalmente acho que nenhuma das denominações tem toda a razão e acho que uma união no futuro será possível quando cada denominação aceitar evoluir em direcção a uma visão comum. Acho que católicos, ortodoxos e anglicanos têm as peças de um puzzle e terão que as juntar para formar uma Igreja mais próxima do desejo de Deus. Até lá acho que deviam evitar as inovações que possam levar a conflitos e deviam tentar flexibilizar as posições assumidas de modo a que se consiga evoluir para uma Igreja unida.

Não sei se respondi à tua questão.

Sofia disse...

Nesse caso, ON, qual é a diferença entre ser católico e ateu?
Fui vencida pela insistência, e até estou a começar a ficar interessada.

Orlando disse...

Sofia,

Um ateu é livre, mas paga imposto:
- vai parar ao inferno se estiver enganado.
- está só no mundo.
- é um simples mortal.

O CA, a MC e o /me querem ter a liberdade de um ateu, mas não querem pagar IRS.

Orlando disse...

CA:
ou seja, achas que não há diferenças significativas entre os três cultos.
Eu também acho que não.
Obviamente, não é essa a opinião do Papa, dos bispos, etc.

Orlando disse...

Volto ao assunto em "Eric Gill 5".
Brevemente num cinema perto de si...

Mas podemos ir discutindo, claro.

Sofia disse...

Mas toda a gente é livre. Um católico é livre, um ortodoxo é livre... Se defendem as ideias em que acreditam, são livres.
A religião não faz muito sentido, para mim. Mas, por exemplo:
Eu não sou filiada em nenhum partido e voto. Considerar que existe um partido que defende mais aquilo em que acredito, não me obriga a concordar com tudo ou defender todas as causas que ele defenda. Na religião não pode ser a mesma coisa?

Orlando disse...

Sofia, 1º paragrafo:
Aceitar uma religião é assumir livremente algumas limitações à nossa liberdade.

Sofia, 2º paragrafo:
Talvez seja melhor alguém religioso responder-te a isso. Mas não me parece que seja assim.
Não podes acreditar que há um Céu e tens uma alma imortal e esquecer que não podes matar o próximo.
Neese caso estás a inventar uma nova religião.
Tens de comprar o pacote todo!

CA disse...

"Aceitar uma religião é assumir livremente algumas limitações à nossa liberdade."

Casar também. :)

"Tens de comprar o pacote todo!"

Não é bem assim. Há um pacote mínimo, sem o qual não tens o suficiente para uma ligação profunda a uma comunidade. Há diferenças entre os pacotes mínimos católico e anglicano, por exemplo. Depois há uma série de acessórios que vêm de série mas que podem ser adaptados ou mesmo retirados se isso for muito importante. Finalmente há toda uma gama de opções que dependem do gosto pessoal. Uma característica típica dos fundamentalistas é acharem que o modelo e os acessórios que eles escolheram deviam ser iguais para toda a gente (um pouco ao estilo do Ford que dizia que um automóvel podia ser de qualquer cor desde que fosse preto).

Quanto ao que se paga de imposto, no caso de estar errado um ateu convicto e sério será provavelmente convidado a ir para o Céu. Jesus deixou muitíssimo claro que os cartões de sócio desta vida não valiam nada na outra. A única coisa que vale mesmo é o amor e a correlação entre ter um cartão de sócio e viver o amor é um assunto em discussão.

Orlando disse...

Pois,
o problema está na definição de pacote mínimo:)

Orlando disse...

Já agora:
quais são as diferenças entre os pacotes mínimos católico e anglicano?

Sofia disse...

Apesar de o CA dizer que são diferentes, acho que faz mais sentido que os pacotes mínimos sejam semelhantes. Ser religioso será então aceitar o pacote mínimo. Ser católico é escolher uns extras, ortodoxo é escolher outros extras, e assim por diante.


ON,

1º o que tu quiseres:

Aceitar VIVER é assumir livremente algumas limitações à nossa liberdade.

2º o que tu quiseres:

Há pedófilos que vão à missa todos os dias.

Eu rezo, quando troveja. Nunca matei ninguém. Era capaz de matar um pedófilo.

E agora?

A religião é uma coisa estanque? Está cá fora? Dentro de nós?
Quem decide isso?

Orlando disse...

Sofia,

Cada um decide como quer encarar a sua religião. Este post destina-se apenas a confrontar algumas pessoas decentes que muito prezo com as suas posições em relação à sua religião.

Pedófilos e criancinhas, como-os ao pequeno almoço:)

Quando digo que abraçar uma religião é abraçar livremente algumas limitações à nossa liberdade, estou a limitar-me apenas a reconhecer um facto. Não estou a criticar a Religião.
(OK, CA?)

Até estou a fazer um bocadinho o oposto disso.

PS: Ando a ver se arranjo coragem para te apresentar um pedófilo meu amigo.

/me disse...

Confesso que sou melhor a provocar (neste assunto, pelo menos), que a responder. Mas sinto-me bem dentro da Igreja Católica. E não vejo porque teria de sair, se discordar de alguns aspectos não fundamentais. :)

(safei-me da fogueira? :P)

maria disse...

ON,

nas três religiões que mencionas, o pacote mínimo (que é o máximo)é comum é a fé em Jesus Cristo. E isso é o mais importante. As diferenças que entretanto surgiram nelas e que levou à sua separação, permito-me dizer são questões de pormenor. Eu militava sem problemas de maior em qualquer delas. Permaneço na Católica porquê? Porque a minha identificação à Igreja Católica faz parte da minha vida. Mudar para qualquer das outras era como ter que deixar tudo o que sou e passar a ser outra pessoa qualquer. Uma "conversão", há-de ser isso. Nunca o experimentei com essa violência. (Se calhar é o que me falta)
O miolo de qualquer destas religiões não são os dogmas, ou o Magistério, ou as várias questões disciplinares, é Jesus Cristo.

Continuo sem perceber a provocação da tua pergunta. Porque tanto na Igreja Católica como nas outras que citas, o Amor é o seu fundamento. Maior expressão de Amor não conheço, que não seja Jesus Cristo.

Sofia disse...

ON,

Não existem factos.

Nietzsche


PS: Apresentar-me, como?
Ainda não o comeste ao pequeno almoço?

Orlando disse...

Sofia,
apresento-te o Eurico:)

MC e /me,
a minha resposta está aqui.