domingo, março 6

Atiradores furtivos

Por vezes quando um exército perde uma batalha e abandona uma cidade deixa no topo de alguns edifícios atiradores que esperam pela passagem de pequenos grupos para os alvejar. Esperam assim atrasar o adversário e baixar-lhe o moral.
O equivalente político de um atirador furtivo é alguém que, perante uma derrota da sua área política não comenta o acontecimento central, concentrando-se em atacar aspectos secundários da actuação do adversário político e os comentários menos bem conseguidos dos apoiantes dos seus adversários. Os seus amigos podem errar. Os seus adversários devem-lhe a perfeição.
Vamos a um exemplo concreto: o acontecimento central da vida política recente foi o descalabro total da actuação do primeiro ministro. O sniper é alguém políticamente próximo de Santana Lopes, que comenta o menos possível a sua actuação enquanto primeiro ministro e se concentra no acessório, a forma como Sampaio lidou com a questão. Sempre que pode, concentra-se nas posições assumidas pelo mais desastrado dos apoiantes de Sampaio.
Como lidar com um sniper: se não pudermos ignorá-lo, pelo menos devemos impedi-lo de fazer o seu jogo: concentrar a discussão no essencial e evitar o acessório. Algum sniper nas redondezas?