Suponhamos que o governo decide aumentar o IVA. Que pensa um funcionário público desta hipótese? Pelo que eu tenho ouvido, está contra. Ninguém gosta de aumentos de impostos.
Durante os últimos dois anos os funcionários públicos perderam seis a sete por centro do seu salário real. Para todos os efeitos, isso equivale a terem-lhes mantido o salário real e aumentado os impostos em sete por cento. Os funcionários públicos suportaram assim grande parte dos custos da crise. Aumentado o IVA, diminuía a pressão sobre o orçamento. Haveria espaço para o aumentado nominal dos salários que lhes manteria o salário real. O aumento de impostos seria dividido por todos.
Durante os últimos dois anos os funcionários públicos perderam seis a sete por centro do seu salário real. Para todos os efeitos, isso equivale a terem-lhes mantido o salário real e aumentado os impostos em sete por cento. Os funcionários públicos suportaram assim grande parte dos custos da crise. Aumentado o IVA, diminuía a pressão sobre o orçamento. Haveria espaço para o aumentado nominal dos salários que lhes manteria o salário real. O aumento de impostos seria dividido por todos.
Antes de pensar no que está certo ou errado, moralmente ou economicamente, todos temos o direito a fazer as contas.
5 comentários:
O que dizes é verdade, e no entanto há funcionários públicos e funcionários públicos: o modo como são afectados pela "austeridade" é muito variável. Mas não consigo evitar pensar ( e eu ambém sou funcionário público) que somos uma classe com privilégios notórios relativamente aos outros trabalhadores. Em particular, a própria questão dos impostos está, para nós, distorcida. Por exemplo: algum professor universtário sente que ganha efectivamente qualquer coisa como 5000 euros mensais e entrega ao estado cerca de 40% em impostos? Não há aqui impostos a fingir?
Penso que quase todos os trablhadores dependentes pensam em termos de salário líquido, porque nunca viram a outra parte. No caso dos funcionários público mais antigos que começaram antes do governo Balsemão é possível que esse sentimento seja mais forte porque quando entraram na carreira não pagavam efectivamente impostos.
Depois foram aumentados mais ou menos num valor igual ao que passaram a pagar de impostos. Mas não percebo o que é que queres dizer com impostos a fingir. Se te estás a referir aos seis por cento de impostos que não estamos a pagar porque não fomos aumentados e quiseres chamer-lhes impostos a fingir...
Funcionários Públicos...
Eu sei que no sector privado há várias maneiras de iludir o fisco. O que eu queria dizer é que os salários brutos dos trabalhadores por conta de outrem no privado e os dos funcionários públicos (por ex, professores) são estabelecidos de maneira diferente. No último caso há uma contratação colectiva estabelecida por via de lobbies poderosos (sindicatos) que estabelece, em particular, o salário fortemente dependente do nº de anos de serviço e calculado, desde que o IRS entrou em vigor, de modo que o líquido a receber mantivesse, e até ultrapassasse, por via da revalorização salarial, os montantes anteriores. Admirar-me-ia que no privado as entidades pagadoras procedessem assim. Logo, em vários sectores do funcionalismo temos salários de nível europeu (categorias comparadas) mas no privado isso não é frequente. Ou será?
Percebi agora o que querias dizer.
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