Durante o ano de 1968 a revolta de Maio em França, a luta contra a guerra do Vietname nos Estados Unidos, o movimento hippie um pouco por todo o lado e uma série de outras revoltas estudantis contribuiram decisivamente para criar a sociedade relativamente tolerante em que vivemos. Só depois de Maio de 68 começou a diminuir a discriminação contra os negros e os homossexuais. Só depois de Maio de 68 começou a ser legalizado o aborto e os namorados passaram a poder beijar-se na rua. Martin Luther King tinha sido assassinado em Abril de 68. Em Maio Salazar caíu da cadeira. As mudanças de Maio de 68 só chegaram a Portugal seis anos mais tarde.
Todas as revoluções são libertações gigantescas de energias acumuladas que produzem idiotices e injustiças sem fim. Maio de 68 não fugiu à regra. Sem os escritos de Sartre durante as décadas anteriores a energia libertada em Maio de 68 poderia ter-se dissipado de uma forma totalmente inconsequente. Hoje fala-se pouco de Sartre porque o essencial daquilo porque ele lutava já não se discute. Tornou-se um património de todos.
A guerra da Argélia, terminada em 62, provocou divisões terríveis na sociedade francesa. O único grupo organizado da oposição era o partido comunista. No auge da guerra da Argélia tanto o governo como o partido comunista eram implacáveis a esmagar qualquer grupo que propusesse uma alternativa. As liberdades individuais tal como as reconhecemos hoje não eram respeitadas. Foi Sartre que ousou conceber a ideia da terceira via entre uma direita musculada que defendia uma guerra colonial e o partido comunista. Hoje essa terceira via é maioritária. A sua filosofia e a sua obra romanesca assentam na ideia da liberdade da escolha. A sua luta política também. As pressões (intelectuais e físicas) a que as pessoas eram submetidas na época eram gigantescas. Sartre cometeu alguns erros políticos. Só não os comete que está sentado na bancada a ver a história passar. No essencial ele estava correcto.
Cem anos depois do seu nascimento os seus romances já não são tão lidos como o foram até à década de 70. A sua obra filosófica terá talvez caído num relativo esquecimento. No entanto o seu legado político foi incorporado nos pilares da nossa sociedade.
Todas as revoluções são libertações gigantescas de energias acumuladas que produzem idiotices e injustiças sem fim. Maio de 68 não fugiu à regra. Sem os escritos de Sartre durante as décadas anteriores a energia libertada em Maio de 68 poderia ter-se dissipado de uma forma totalmente inconsequente. Hoje fala-se pouco de Sartre porque o essencial daquilo porque ele lutava já não se discute. Tornou-se um património de todos.
A guerra da Argélia, terminada em 62, provocou divisões terríveis na sociedade francesa. O único grupo organizado da oposição era o partido comunista. No auge da guerra da Argélia tanto o governo como o partido comunista eram implacáveis a esmagar qualquer grupo que propusesse uma alternativa. As liberdades individuais tal como as reconhecemos hoje não eram respeitadas. Foi Sartre que ousou conceber a ideia da terceira via entre uma direita musculada que defendia uma guerra colonial e o partido comunista. Hoje essa terceira via é maioritária. A sua filosofia e a sua obra romanesca assentam na ideia da liberdade da escolha. A sua luta política também. As pressões (intelectuais e físicas) a que as pessoas eram submetidas na época eram gigantescas. Sartre cometeu alguns erros políticos. Só não os comete que está sentado na bancada a ver a história passar. No essencial ele estava correcto.
Cem anos depois do seu nascimento os seus romances já não são tão lidos como o foram até à década de 70. A sua obra filosófica terá talvez caído num relativo esquecimento. No entanto o seu legado político foi incorporado nos pilares da nossa sociedade.