segunda-feira, agosto 22

Uma empresa gerida por um imbecil

Penso que foi o Warren Buffet que disse:
“Gosto de investir numa companhia que possa ser gerida com sucesso por um imbecil. Porque é certo que um dia será.”

Ou seja: nunca se deve assumir o melhor cenário.

Eu não sou um pacifista. Acho que a guerra é apenas a continuação da política por meios extremos. Mas sou a favor da redução dos stocks de armas nucleares a um nível que não ponha em causa a sobrevivência da humanidade. Por uma questão de bom senso, que a frase citada resume na perfeição. O problema da estratégia MAD (destruição mútua assegurada), utilizada nos tempos da guerra-fria, é que a longo prazo é mesmo assegurada. Primeiro, assume que as lideranças são sensatas. Ou pelo menos que não são imbecis. O que já vimos que nem sempre é verdade. Depois, assume que não se dá um acidente. Mas a verdade é que existe sempre a probabilidade não nula de que tudo corra mal, e dado tempo suficiente qualquer acontecimento de probabilidade não nula acontecerá seguramente. Já não vivemos à sombra da MAD. Mas vivemos à sombra da existência de stocks de armas nucleares suficientes para destruir todo o planeta. É inacreditavelmente estúpido permitir a existência de stocks nucleares das dimensões que ainda existem, estejam em que mãos estiverem (e nem estão em grandes mãos neste momento). Finalmente, vivemos à sombra da ideia da “guerra das estrelas” (episodio 2 – o ataque do clone de George Bush Sr.) que pretende erigir um guarda-chuva nuclear sobre os EUA. Graças aos céus que isso provavelmente jamais acontecerá – será apenas uma desculpa para encher os cofres da R&D militar – por uma mera questão de inépcia. Mas se acontecer passaremos a ter um único país que terá o dedo no gatilho e nenhuma forma de ser demovido. Passaremos a depender totalmente de que as coisas corram bem nos EUA. Um Adolph Hitler ou um Staline americano teria a pistola apontada a todos nós. É suposto passarmos a viver da boa vontade de outrem? É suposto vivermos a contar com a natureza angélica dos EUA? Somos crianças? Somos sonhadores? Isto não é uma empresa que possa ser gerida por um imbecil. E como tal é um bilhete para a ruína.

Seria bom que se aproveitasse para iniciar - seriamente - um desarmamento nuclear global da próxima vez que na Casa Branca não estiver sentado um retardado.

(pode-se sempre sonhar)

40 comentários:

Broken M disse...

Na realidade ando achar que não era mau de todo sermos atacados por uma bomba nuclear que destruísse isto tudo. Ficavam as baratas a governar o planeta. Provavelmente ficaria melhor entregue :)

Broken M disse...

Ando a ser influenciada pela sofia ...LOL

António Araújo disse...

Tenho que esclarecer que percebo perfeitamente que os EUA não são o unico problema. Convencer todos os outros lunaticos a desfazerem-se dos seus arsenais será dificil, e terá que ser feito em simultaneo, como é evidente.

Mas parece-me que os EUA são a pedra fundamental, na medida em que são os unicos que, por iniciativa propria, poderiam negociar com sucesso um tal processo (simplesmente porque neste momento são a unica real superpotencia militar e económica). Foco-me além disso no caso dos EUA porque são o caso mais ignorado - porque são os nossos "amigos". Como se em politica se pudesse contar com "amizades" eternas...e por vezes as pessoas parecem acreditar que se a Russia, a China, e outros membros que tais do clube nucelar desarmassem unilateralmente, o mundo estaria seguro. Penso que se isso acontecesse o mundo estaria temporariamente mais seguro, mais potencialmente mais em risco do que nunca.

Foco-me além disso nos EUA porque a corrente liderança desse país recorda-me todos os dias de tudo o que pode correr mal um dia.

Sofia disse...

Por mim, Madi? :)

Broken M disse...

Se é para haver armas nucleares é melhor que mais do que um país tenha. Sempre é uma ameaça silenciosa recíproca.

António Araújo disse...

Ja agora, a tal citação é capaz de ser do Peter Lynch...não me consigo recordar...se alguém souber...

Broken M disse...

omwo,
se não sabes de quem é, sempre podes dizer que é tua...LOL

Sofia disse...

Ou que é "clássica"... :)))

António Araújo disse...

As citações à letra não importam. Eu nunca me lembro de quem disse o quê, a não ser que seja relevante. Tanto o Lynch como o Buffet o poderiam ter dito, daí não me recordar. E também não o disseram por estas exactas palavras. Apenas aprendi algo com eles e é isso que fica. Mas também não posso andar por aí a quai-citar sem tentar dar o crédito...:)

Sofia disse...

Que rapazinho amoroso... :)))

Anónimo disse...

Esta blogue até era boa cena, se bem que sempre um pouco juvenil. Mas agora está ficando muito primária...

Sofia disse...

Comentar anónimamente é que é adulto.

Anónimo disse...

"God, art and wine are the beginnings of life." Wine Lover Gift.

António Araújo disse...

Caro Anónimo, sinto muito se o blog já não é "boa cena". Vou tentar torná-lo menos primário o mais cedo possivel. Sugestões?

Sofia disse...

Eu também posso sugerir? Ou é só o Anónimo?

António Araújo disse...

Evidentemente que podes, Sofia.

Sofia disse...

Fixe!!

Que tal torná-lo terciário? :)))

Anónimo disse...

A tabela dos "outros lunáticos" chocou-me!!!

Fala-se na Coreia como se fosse o grande perigo nuclear do sec 21 e nos EUA há 1000 vezes mais armas nucleares que lá!!! 1000 vezes mais!!!

Não conheço o governo coreano, mas o governo dos EUA nem o protocolo de Kyoto assinou!

António Araújo disse...

Caro anónimo,
O número de armas nucleares não é tudo o que importa. Os EUA têm tantas armas (e a Russia tambem) por natural consequencia da corrida ao armamento nos tempos da guerra fria. É compreensivel que o numero seja tao grande (era muitissimo maior ainda ha pouco tempo). O que não é compreensivel é que seja assim mantido.

Mas a preocupação com a Coreia é muito válida (tal como com o Irão, ou qualquer novo candidato ao clube) porque às vezes é mais perigoso ter meia duzia de ogivas nas mãos erradas do que mil nas "certas" (não creio que existam "certas"). Basta uma para que com as condicoes politicas adequadas se inicie algo de incontrolavel...

Eu concordo que se trave a todo o custo os candidatos a possuidores de armas nucleares. Só não acho aceitavel que se use isso como desculpa para mais agressoes baseadas em mentiras como aquelas que levaram os EUA ao Iraque...

Anónimo disse...

Caro Omwo,

Eu acho que não devia ser permitido a nenhum país ter armas nucleares. Acho que devia haver uma campanha séria para o desarmamento das "velhas" potências nucleares, ao mesmo tempo que se impede o surgimento de "novas".

Preocupa-me muito esta situação política em que existe um país - os EU - que pode invadir outro e começar uma guerra, e tem, mesmo assim, a conivência da comunidade internacional! Enquanto as tropas de Hitler marchavam para Leste, os "aliados" também se sentaram a observar...

Preocupa-me especialmente por este país ter sido o único (até ao momento) a utilizar bombas nucleares. E contra alvos civis.

Acho que quando falamos de armas capazes de destruir o planeta, não existem "mãos certas". Mas também me parece que se ainda existisse a União Soviética (com todos os problemas que isso representava) os EU não teriam invadido o Kosovo, ou o Afeganistão ou agora o Iraque.
Não teriam certamente o mesmo discurso de donos do mundo e da democracia, nem estariam tão à vontade para iniciar guerras e agressões.

António Araújo disse...

Caro anónimo,

isso é certo. Nos tempos da URSS existia um equilibrio tenso que mantinha uma certa paz. No fundo era a competição (esse paladino do capitalismo :)) a ser conveniente para os "consumidores" :)

Mas não tenho saudades desses tempos, porque o equilibrio era demasiado instavel. Creio que mais cedo ou mais tarde resultaria numa catástrofe. A "MAD" é....bom, é MAD :)...Não precisamos do equilibrio de dois gigantes armados até aos dentes, mas de um número maior de blocos importantes, com divisões entre si mas não abismos, tensões mas não agressividade aberta. Penso que um conjunto de grandes blocos - China, UE, EUA, Russia, etc. - cada um com os seus interesses económicos e estratégicos, com alianças flutuantes e tensões moderadas poderá funcionar. Sempre em sobressalto, e com falhas, mas apesar disso melhor do que no passado. Mas é preciso que se acorde para o facto de que é necessaria uma nova atitude...

Anónimo disse...

" Mas também me parece que se ainda existisse a União Soviética (COM TODOS OS PROBLEMAS QUE ISSO REPRESENTAVA) os EU não teriam invadido o Kosovo, ou o Afeganistão ou agora o Iraque.
Não teriam certamente o mesmo discurso de donos do mundo e da democracia, nem estariam tão à vontade para iniciar guerras e agressões. "

Anónimo disse...

Pois é, não se pode falar na União Soviética sem sermos acusados de saudosismo.

E no entanto, caro Omwo, parece-me que estamos a falar do mesmo, você com o seu conjunto de futuros grandes blocos, e eu com o "blocão" do passado:
se a força económica e o poderio militar não estiverem distribuídos, o mundo está em maus lençois...

Na actual correlação de forças a UE tem sido muitas vezes muleta dos EUA. Aliás a "Constituição" para a Europa que não chegou a ser aprovada fazia da NATO a referência para as políticas militares da união (artigo I-41-7), o que afasta a perspectiva de uma defesa europeia autonoma e emancipada.
Gostava de saber o seu comentário.

António Araújo disse...

Caro anonimo,

acho que percebeu-me mal, eu não estava a acusa-lo de saudosismo, e tinha lido bem a parte da sua mensagem que sublinhou agora - alias, o meu comentario nao fez mais do que elaborar um pouco sobre essa sua ressalva, e especular que deverá haver uma maneira de formar um novo equilibrio que não envolva duas superpotências hostis e esquizofrenicas, mas um grupo de nações que se relacionam entre si pacificamente e com um respeito saudavel, o que entre nações depende sempre de um certo equilibrio de forças economicas/militares e do estabelecimento de interesses mútuos.

Fiquei contente quando os EUA e os seus aliados saíram vitoriosos da guerra fria. Era preciso terminá-la e eu não gostava do outro lado. Agora é preciso controlar também o perigo que pode vir de uma força excessiva dos EUA. É preciso formar um novo equilibrio.

Concordo que a dependência militar da Europa em relação aos EUA, e a sua subordinação aos interesses desse país são um erro, e não levam à formação desse novo equilibrio. Devemos manter com os EUA uma amizade de adultos e não uma relação de dependencia juvenil.

António Araújo disse...

E ja agora, eu votaria contra a proposta de constituição europeia, tal como foi feita...

Anónimo disse...

duas superpotências hostis ou um grupo de 3 ou 4 é quase a mesma coisa...

é necessaria uma nova atitude...

António Araújo disse...

Eu não disse que as 3 ou 4 se pretendiam hostis...eis a nova atitude :)...


why can't we all just get along? :)

Anónimo disse...

às vezes passo por aqui e até me apetece participar, mas isto parece um circulo fechado. Sempre que alguém, NO SEU PLENO direito, deseja ficar anónimo os outros parecem ficar uma bocado incomodados, o que é estranho, pois à partida, faz parte da filosofia dos Blogs. Ou será que se eu passar a assinar com um nome tipo OWO, ou VRUMP isso já é aceite e deixo de ser anónimo? Expliquem-me que eu não sou "habitué" e faz-me confusão essa segregação.

Orlando disse...

Caro anónimo, nao custa nada inventar um nickname, nem que seja so para este blogue, e usá-lo sistematicamente.
É complicado discutir com dois anónimos. Nunca se sabe com quem se esta a falar.
Ser "habitué" é só aparecer muitas vezes, e ter um nick, mais nada...
O OMWO, a Sofia e a Madi sao menos anónimos do que parece. Tem dois blogues, já mostraram aí várias facetas das suas personalidades. Nao criam uma nova personalidade sem mais nem menos.

Sofia disse...

Isso é o que vocês pensam... :)))

António Araújo disse...

Caro anónimo, não tem sequer que criar uma "conta", mas dá jeito se assinar nem que seja com uma letra no final do seu comentario. Senão, como é que eu sei se o seu comentario deve ser compreendido isoladamente ou na sequencia dos comentarios de um outro anonimo com quem eu esteja ja a conversar?

Sofia disse...

ENA!!! SUPER ARTICLES!!

S.

(OMWO, esta sou eu :) )

Broken M disse...

Aliás o omwo foi inventado por mim, antes era só A.

Grande evolução!

António Araújo disse...

Presunçosa :)

Apenas o induziste a revelar-se. Ele já andava por aí...

Sofia disse...

Madi!, sua indutora! :)))

E um Renku, não se arranja?

Anónimo disse...

E como é que se impede 3 ou 4 grandes potências de se tornarem hostis?

António Araújo disse...

Bom, a longo prazo não se impede....:)

Quem disse que a História acabou?

O que se pode é ir fazendo por eliminar as ameaças correntes, o melhor que se sabe...

Mas quem diria que conseguíriamos juntar -de livre vontade!- as nações Europeias numa "união" (ainda que algo duvidosa) que é quase uma federação? Ainda há pouco nos andavamos a matar, mas quando nos acenam com as vantagens da colaboração entre estados e da prosperidade económica (que é o que o cidadão comum verdadeiramente deseja) chega-se a sitios inesperados...

Há um tipo de "globalização" que não cheira nada mal...

Anónimo disse...

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