De tempos a tempos uns mais, outros menos, consideramos a hipótese de mudar de emprego ou de vida. Que tal abrir um bar numa praia, procurar um emprego de provador de gelados ou largar o emprego para escrever um livro? Como podemos fazer a transição? Como podemos decidir se faz ou não sentido tentar aquela mudança de carreira? Como podemos evitar que a indecisão nos acabe por roubar o nosso emprego actual ou a nossa paz de espírito? Como podemos evitar o maior erro da nossa vida?
Ficar à espera de saber se queremos ou não mudar para outra carreira não é uma boa ideia. Não há introspecção ou planificação que resolva o problema. Mudar de carreira passa por reinventar a nossa identidade actual. Tudo seria mais simples se essa identidade fosse tão independente das contingências da vida quanto nós costumamos pensar que ela é. A única forma de sabermos se queremos realmente mudar de carreira ou não e acabar com o dilema passa pela acção: dar alguns passos na direcção da nova vida e ver o que acontece. Recorrer a um mentor, seja ele um amigo, um colega ou um profissional ( career counselor, headhunter ...) é uma possibilidade a considerar.
Não é invulgar um doutorando guardar o diploma na gaveta e ganhar bom dinheiro graças ao hobbie que foi desenvolvendo nos tempos livres.
Ficar à espera de saber se queremos ou não mudar para outra carreira não é uma boa ideia. Não há introspecção ou planificação que resolva o problema. Mudar de carreira passa por reinventar a nossa identidade actual. Tudo seria mais simples se essa identidade fosse tão independente das contingências da vida quanto nós costumamos pensar que ela é. A única forma de sabermos se queremos realmente mudar de carreira ou não e acabar com o dilema passa pela acção: dar alguns passos na direcção da nova vida e ver o que acontece. Recorrer a um mentor, seja ele um amigo, um colega ou um profissional ( career counselor, headhunter ...) é uma possibilidade a considerar.
Não é invulgar um doutorando guardar o diploma na gaveta e ganhar bom dinheiro graças ao hobbie que foi desenvolvendo nos tempos livres.
Joan Birman foi uma estudante brilhante que decidiu no fim da licenciatura casar e ter meia dúzia de filhos. Aos quarenta voltou à universidade para fazer o doutoramento e tornou-se dez anos mais tarde uma das maiores especialista mundiais de Teoria dos Nós.
No mundo de hoje cada vez vai ser menos comum ter um só emprego para toda a vida. Com o aumento da esperança de vida, o momento da reforma é uma boa altura para abraçar uma nova carreira. Não necessáriamente em full time, não necessáriamente remunerada.
Herminia Ibarra é uma especialista em mudança dentro das organizações que se dedicou à análise das questões abordadas neste artigo. Este assunto é um daqueles em que o case study é a alternativa sensata à tentação de desenvolver teorias. Algumas pessoas fazem a transição quase sem dar por isso. Outros têm um objectivo claro mas não sabem como o alcançar. Outras apenas sentem um mal estar mais ou menos profundo e ainda não têm uma ideia clara de para onde querem mudar. Outras ainda chegam à conclusão de que não há razão para mudar. Deixo aqui dois casos discutidos em Working Identity.
Pierre era um psicoterapeuta extremamente bem sucedido, especializado no apoio a pessoas que perderam entes queridos. Um dia encontrou um monge tibetano com os mesmos interesses. Tinha lido em tempos um livro sobre Budismo que o tinha influenciado profundamente. Tinha sido decisivo na escolha da sua especialidade. Aceitou um convite para visitar o mosteiro do seu colega. Voltou lá várias vezes. Passou boa parte de umas férias nas Caraíbas fechado no quarto a meditar. Vais trocar-me pelo mosteiro, não é? perguntou-lhe a namorada. Ele percebeu nesse momento que ela tinha razão.
John tinha um emprego bem pago que cada vez o satisfazia menos. Albergava dentro de si o desejo de escrever ficção e foi adiando a decisão. Sentia-se cada vez mais miserável. Decidiu consultar um astrólogo. A consulta serviu para alguma coisa: o astrólogo convenceu-o de que tinha de optar: não havia hipótese de manter o seu nível de vida actual e dedicar-se à escrita. Uma vez aceite o obvio, John decidiu-se a correr o risco de começar tudo de novo.
As indecisões fazem perder dias,
E dias são gastos lamentando esses dias.
Falas a sério? Aproveita cada minuto;
Se podes fazê-lo, se sonhas que podes, começa;
A audácia contém a magia e o poder do génio.
No mundo de hoje cada vez vai ser menos comum ter um só emprego para toda a vida. Com o aumento da esperança de vida, o momento da reforma é uma boa altura para abraçar uma nova carreira. Não necessáriamente em full time, não necessáriamente remunerada.
Herminia Ibarra é uma especialista em mudança dentro das organizações que se dedicou à análise das questões abordadas neste artigo. Este assunto é um daqueles em que o case study é a alternativa sensata à tentação de desenvolver teorias. Algumas pessoas fazem a transição quase sem dar por isso. Outros têm um objectivo claro mas não sabem como o alcançar. Outras apenas sentem um mal estar mais ou menos profundo e ainda não têm uma ideia clara de para onde querem mudar. Outras ainda chegam à conclusão de que não há razão para mudar. Deixo aqui dois casos discutidos em Working Identity.
Pierre era um psicoterapeuta extremamente bem sucedido, especializado no apoio a pessoas que perderam entes queridos. Um dia encontrou um monge tibetano com os mesmos interesses. Tinha lido em tempos um livro sobre Budismo que o tinha influenciado profundamente. Tinha sido decisivo na escolha da sua especialidade. Aceitou um convite para visitar o mosteiro do seu colega. Voltou lá várias vezes. Passou boa parte de umas férias nas Caraíbas fechado no quarto a meditar. Vais trocar-me pelo mosteiro, não é? perguntou-lhe a namorada. Ele percebeu nesse momento que ela tinha razão.
John tinha um emprego bem pago que cada vez o satisfazia menos. Albergava dentro de si o desejo de escrever ficção e foi adiando a decisão. Sentia-se cada vez mais miserável. Decidiu consultar um astrólogo. A consulta serviu para alguma coisa: o astrólogo convenceu-o de que tinha de optar: não havia hipótese de manter o seu nível de vida actual e dedicar-se à escrita. Uma vez aceite o obvio, John decidiu-se a correr o risco de começar tudo de novo.
As indecisões fazem perder dias,
E dias são gastos lamentando esses dias.
Falas a sério? Aproveita cada minuto;
Se podes fazê-lo, se sonhas que podes, começa;
A audácia contém a magia e o poder do génio.
Goethe
28 comentários:
Assumindo que designas de carreira um progressão profissional acompanhada por satisfação pessoal, avanço uma terceira via: não ter uma carreira.
No fundo, uma adequação das expectativas à realidade. Muitas pessoas (na verdade, a esmagadora maioria delas) não tem uma carreira; tem um trabalho do qual obtêm o dinheiro necessário para fazerem coisas que gostam. Ver o trabalho não como um fim em si mesmo, mas sim um meio, pode ser uma alternativa.
On,
As minhas dúvidas existenciais andam a dar-te imensas ideias para posts :)
Indutora e inspiradora, Madi... :)))
Podias aproveitar a onda dos "i"s, e instigá-lo a desafiar-nos para mais um renku... :)
Ah é, Calvin?! Se não tivessem carreira, como é que iam para o trabalho?? A pé, não?! Daaaahh!
:)))
TEORIA DA DEMONSTRAÇÃO
ON faz uma afirmação:
"A única forma de sabermos se queremos realmente mudar de carreira ou não e acabar com o dilema passa pela acção: dar alguns passos na direcção da nova vida e ver o que acontece".
E dá três exemplos...
E pronto! Está demonstrado!
Sofia, a gozona! :-)))
M.,
eu??!!
Naaaaa... :)
TEORIA DA PERCEPÇÃO
Eugénio faz uma citação:
"ON faz uma afirmação:
"A única forma de sabermos se queremos realmente mudar de carreira ou não e acabar com o dilema passa pela acção: dar alguns passos na direcção da nova vida e ver o que acontece".
E dá três exemplos...
E pronto! Está demonstrado!"
E pronto! Está percebido!
...ou talvez não...
... afinal, foram só DOIS exemplos...
Devia ter optado pela TEORIA DA DISTRACÇÃO...
Calvin,
o post trata essencialmente de mudanças. Se quiseres, mudanças de carreiras, mudança de carreira para um trabalho ou vice-versa. Parece-me que quase todos os trabalhos podem ser vistos como sendo uma carreira, se assim o quisermos (e vice-versa).
Madi,
é verdade:) Mas eu já comprei o livro da HI há muito tempo...
Caro Eugénio,
neste blogue somos pessoas sérias. Devolvemos o preço do bilhete sempre que o utente não está satisfeito:)
Digamos que não queria demonstrar nada. Só mostrar qual é a atitude que me parece mais eficiente para lidar com um problema.
Para uma discussão mais detalhada do assunto, mas não uma demonstração, veja o livro da HI ou siga os links.
Sendo a insatisfação o móbil da mudança, não será isso sinal de que nem todos os trabalhos podem ser vistos com carreiras? Ou nesse caso estamos a falar da mudança de perspectiva que temos em relação ao trabalho? :o)
Calvin,
O Professor Off manda dizer que com duas moedas não funciona.
(ver o post "Livro das Mutações")
Pode-se deixar de querer um trabalho e passar a querer uma carreira:)
Ninguém quer um trabalho, ON. :o)
Questão corrigida: 211120. :o)
Muito pouca gente quer uma carreira, Calvin. :)
Hehehe! :o)
Eu quero um tacho. Ninguém mo arranja?
"When can I go into the supermarket and buy what I need with my good looks?" - Ginsberg
Calvin, muitas pessoas que não têm trabalho querem um. Algumas que têm, julgam que não querem.
É como dizia o Maslow: Quem não tem um trabalho, quer um. Quem tem um trabalho, quer uma carreira. Mas neste degrau, e dado que as necessidades básicas já estão satisfeitas, passa a haver a opção de adequar expectativas. Não é que o desejo de uma carreira desapareça. Deixa é de ser fonte de frustração.
Calvin,
cada pessoa faz as suas opções e ninguém tem nada a ver com isso. Dentro de certos limites, cada pessoa atribui a importância que quer à sua profissão dentro da sua vida.
E pode-se mudar a meio da vida. Dei o exemplo da JB que foi dona de casa dos vinte e dois aos quarenta e depois iniciou uma carreira académica extremamente bem sucedida. Mas o tem do post são as mudanças de carreira e como fazê-las:)
Já chega de falar de mim, né? :oD
Arranjo-te uma panela, OMWO! Melhor: Um trem de cozinha! (isto até dava para fazer uma piada mais ou menos, mas estou com preguiça) :)
Também acho, Calvin :). Vamos então falar da MINHA carreira. :)))
... e Maslow não disse nada daquilo!! Não inventes... :)))
Disse mais ou menos... :o) A tua carreira ainda não começou, minha cara. Se puder ser o patrocinador, deixa-me só ganhar o Euro-Milhões e vais ver. :o)
:) Eu vou fazer como a JB, se entretanto não me agarrar ao Cutty Sark... :)))
Entre carreira e trabalho, acho que existe uma grande diferença. Podemos trabalhar em diversas coisas que nos satisfaçam durante algum tempo, mas nem sempre desejamos ou somos capazes de fazer uma carreira de um trabalho.
E acho que só agora consegui efectivamente entender o que o facto de ser intuitivo influencia nas nossas escolhas pessoais.
Eu adoro o que faço, mas um dos grandes problemas que acho que vou enfrentar é saber que para ser mãe (que é um grande sonho meu) terei que deixar o meu trabalho por algum tempo, não só pelos meses habituais mas também pelos 9 meses de gravidez.Interrogo-me sempre quais são as possibilidades de conseguir, nos dias de hoje, conciliar uma carreira com a família.
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