Se há um fenómeno económico que nos é familiar e é dificil de entender, esse fenómeno é a inflação. O dinheiro é a régua que mede o valor dos bens. E essa régua está sempre a encolher.
A inflação está relacionada com a quantidade de dinheiro existente. Se o Banco Central imprimir mais notas, a lei da oferta e da procura leva a que que consiga comprar menos bens com uma nota.
Se eu colocar mil euros dentro do colchão durante um ano, é como se eles não existissem. O que conta realmente é a quantidade de dinheiro a circular.
Mas ainda é um pouco mais complicado. Se metade das notas estiverem debaixo do colchão e as outras mudarem de mão duas vezes no mesmo dia, isso é equivalente a todas as notas terem mudado de mão uma vez. A inflação está directamente relacionada com o produto da massa monetária pela sua velocidade de transação. Trocando por miudos: quanto mais dinheiro circular, maior a inflação.
Também podemos ler a coisa ao reverso: se o dinheiro circular mais depressa, é como se houvesse mais dinheiro. Se circular mais devagar, é com se houvesse menos.
A inflação rouba-nos a todos qualquer coisinha. Redistribui a riqueza, que viaja lenta mas inexoravelmente das zonas onde o dinheiro circula mais devagar (os meus bolsos) para as zonas onde estes circula mais depressa (os bancos e a bolsa).
Que posso eu fazer para manter esta nota de cem euros inteirinha no meu bolso?
O que é que este post tem a ver com cheques sem cobertura?
A inflação está relacionada com a quantidade de dinheiro existente. Se o Banco Central imprimir mais notas, a lei da oferta e da procura leva a que que consiga comprar menos bens com uma nota.
Se eu colocar mil euros dentro do colchão durante um ano, é como se eles não existissem. O que conta realmente é a quantidade de dinheiro a circular.
Mas ainda é um pouco mais complicado. Se metade das notas estiverem debaixo do colchão e as outras mudarem de mão duas vezes no mesmo dia, isso é equivalente a todas as notas terem mudado de mão uma vez. A inflação está directamente relacionada com o produto da massa monetária pela sua velocidade de transação. Trocando por miudos: quanto mais dinheiro circular, maior a inflação.
Também podemos ler a coisa ao reverso: se o dinheiro circular mais depressa, é como se houvesse mais dinheiro. Se circular mais devagar, é com se houvesse menos.
A inflação rouba-nos a todos qualquer coisinha. Redistribui a riqueza, que viaja lenta mas inexoravelmente das zonas onde o dinheiro circula mais devagar (os meus bolsos) para as zonas onde estes circula mais depressa (os bancos e a bolsa).
Que posso eu fazer para manter esta nota de cem euros inteirinha no meu bolso?
O que é que este post tem a ver com cheques sem cobertura?
8 comentários:
estou a ver que consegues pôr títulos nos teus posts. Eu desde sábado que não consigo. Que se passará? Os modelos são iguais. Podes dar uma ajuda?
Também tive umas dificuldades.
Tenta coisas do tipo passar para
"editar html" e voltar a "escrever".
Pode ser que resulte...
exacto, já há uns dias que tenho essas dificuldades. Logo se vê, se consigo resolver. também não é grave :) assim me apeteça escrever alguma coisa...
Caríssimo,
algumas perguntas ingénuas, enquanto penso melhor no teu post:
1. Quando passo um cheque (mesmo com cobertura) estou de certa forma a imprimir dinheiro que não existia. Estou a criar dinheiro que é aceite por um comerciante, e consequentemente a viabilizar uma transacção. O meu dinheiro a que corresponde o cheque está a ser simultaneamente utilizado pelo meu banco para outra coisa. Temos o mesmo dinheiro a servir simultaneamente para 2 coisas ao mesmo tempo? O que significa isto?
2. Os danos gerados a posterioi por um cheque careca são comparáveis aos problemas causados por um estado que imprime moeda "indevidamente"? Os mil euros que cada comerciante paga no fim da tua história podem ser equiparados a inflação?
A.
1. A mesma coisa que quando fazemos transferências bancárias, pagamentos por MB, compra e venda de acções, etc. Significa que compramos e vendemos com base no abstracto. Que o dinheiro tem o valor que lhe damos. Que trocas justas e reais, eram entre alfaces e ovelhas.
Mas acima de tudo, que deviamos comer sopa e fruta todos os dias.
2. A inflação será o próprio cheque. Com cobertura, desce. Sem cobertura, sobe. Para quem o recebe. Para quem o troca por um bem, o inverso.
3. (ah, não há ponto 3?! oh!, que pena!)
Manter uma nota no bolso é fácil. Basta ter outras para gastar.
Respondendo ao ponto 1 do Alexandre.
Pois é, o banco tem poder para emitir cheques que não tém necessáriamente cobertura. Faz circular dinheiro muito depressa e é essa a sua fonte fundamental de rendimento. O dinheiro electrónico veio diminuir os gastos dos bancos com pessoal mas veio essencialmente aumentar exponencialmente as capacidades de umbanco emitir moeda. Numa transação electronica o dinheiro nunca sai do sistema bancário. Pouco importa de passa de umbanco para outro. Esses movimentos cancelam-se uns aos outros.
As notas de dolar costumavam ter lá escrito "convertível em ouro". Podíamos ir ao banco e pedir e trocar a nota pela quantidade de ouro que esta representava. Salvo erro, foi no tempo de Nixon que deixou de ser assim. O Banco Central também passa cheques sem cobertura. Os estados pagam os juros das suas dívidas e parte dessas dívidas emitindo papel.
"Mas isso não é assim tão grave porque a inflação está muito baixa."
Não é bem assim.
A inflação tem outras componentes:
as variações dos preços das matérias primas.
A baixa dos preços dos produtos manufacturados, resultante dos ganhos de produtividade.
Todos os ganhos resultantes dos aumentos de produtividade são apropriados por quem se move nas regiões onde o dinheiro circula depressa.
Há uma cena fantástica num daqueles filmes do tempo d'O Pátio das Cantigas. Um que obteve menos sucesso.
O dono da mercearia do bairro está com problemas. Com a crise, não há dinheiro, ninguém lhe compra nada. O senhorio está a pensar despejá-lo. Um vizinho mais esperto vê chegar o senhorio e convoca os outros vizinhos. Entram todos na mercearia e a única nota de vinte escudos que ainda existia lá no largo circula várias vezes, comprando várias mercadorias.
O senhorio, perante aquele desafogo económico, decide dar-lhe mais um mês...
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