sábado, abril 2

Tolerância Zero 1

Nos últimos anos tivemos o fracasso total da tolerância zero. Alguém explicou porque é esta aposta falhou tão redondamente a ponto de ser abandonada tão rapidamente? Depois surgiu a lei da velocidade média nas auto-estradas. Ainda está em vigor? foi revogada? quando? porque é que nunca foi implementada? A Direcção Geral de Viação meditou sobre as razões destes fracassos? A filosofia de base usada no ataque ao problema estava errada? Qual é a nova filosofia? Penso que os responsáveis pela politica de viação em Portugal não se dão ao trabalho de pensar nestas questões. Toda a sua filosofia se reduz a uma máxima: os condutores são casmurros e é preciso vergá-los de alguma forma.
Vamos ter em breve um novo Código da Estrada. Espero que tenha mais sucesso do que os anteriores. Não vejo porque é que podemos esperar que assim seja. O numero de mortos na estrada tem diminuido apesar da incompetência das autoridades.
Porque é que o limite de velocidade na estrada se manteve constante durante pelo menos quarenta anos? Todos os décadas ocorrem mudanças importantes. Aumenta a segurança dos carros, melhora a qualidade da estradas, aumenta o número de automóveis. A velocidade máxima a que é seguro andar deve ter variado significativamente durante este período. Parece-me claro que os responsáveis pela segurança rodovária em Portugal não sabem medir esse valor seguro nem sequer estão minimamente interessados no conceito. O seu pensamento é regido por categorias morais e não por considerações racionais. Este facto custa vidas e dinheiro a este país.

4 comentários:

Anónimo disse...

Parece-me que a ideia da fiscalização na estrada é que quem comete regularmente uma infracção seja, de vez em quando, apanhado. Tal como apanhar quem viajava no metro sem bilhete (antes das cancelas), isto é efectivo se o valor esperado de se apanhar uma multa (valor da multa x probabilidade de se apanhar uma multa num período de tempo dado) for significativo. Há duas maneiras de aumentar este valor: aumentar as multas ou aumentar a fiscalização. Como quem tem feito os códigos só se tem preocupado com este valor esperado, tem optado por fazer o mais barato: aumentar as multas, até ao absurdo. Creio que aumentar a fiscalização teria mais efeito, porque do ponto de vista psicológico uma probabilidade muito baixa de apanhar uma multa muito alta tem menos impacto do que uma probabilidade razoável de apanhar uma multa razoável.

Quanto à tolerância zero, sempre me pareceu uma ideia absurda, fruto de algum trauma mal resolvido de alguém. Cometem-se diariamente muitas infracções. Se a capacidade de fiscalização é limitada, dita o bom senso que se procurem as infracções mais perigosas. Que faz a tolerância zero? Coloca os meios disponíveis a fiscalizar todas as infrações, diminuindo ainda mais as probabilidades de um grande infractor ser apanhado e desmoralizando as próprias forças de segurança que se sentiam mal por multarem pessoas que iam a 51 km/h numa povoação. Não se resolveu problema nenhum e era insustentável a prazo.

Confesso que me irrita profundamente o ar com que certos políticos vêm impor estes códigos: dão-se uns ares moralistas que não me convencem que eles próprios cumpram tais códigos.

Soluções? Sugiro mais fiscalização, em carros descaracterizados, sobretudo das infracções que geram maiores riscos. Por exemplo, numa auto-estrada, acho muito mais perigosos os aceleras que acham que são donos da faixa da esquerda e se encostam a escassos centímetros dos carros menos potentes que ultrapassam um terceiro, do que alguém que circula a 150 km/h numa zona onde há pouco trânsito.

Uma nota final: as categorias morais ou éticas são essenciais à humanidade e devem ter uma organização racional. O que está errado são os falsos moralismos daqueles que querem impor aos outros comportamentos que eles não estão dispostos a assumir.

Orlando disse...

No caso concreto do codigo da estrada parece-me que a importancia da moral e da etica sao reduzidas quando comparadas com o papel da racionalidade.

Anónimo disse...

Uma lei condiciona sempre algum tipo de direito e por isso só deve ser imposta quando pretende proteger valores mais importantes do que aqueles que põe em causa.

Esta avaliação tem que ser racional, pois não faz sentido proibir alguma coisa sem que haja um fundamento sério. No código da estrada deveria haver mesmo estudos técnicos que sustentassem as normas técnicas.

Talvez seja uma questão de nomenclatura, mas parece-me que se trata sempre também de uma questão moral no sentido filosófico do termo. Também é uma questão moral a reacção de cada cidadão à lei: acatar ou não, ajudar a cumprir ou ajudar a infringir, etc.

Anónimo disse...

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