quinta-feira, abril 28

Moving into stilness


Para um pião se manter imovel, é preciso que esteja a rodar muito rapidamente. Yoga, the spirit and practice of moving into stilness, de Eric Schifman, é o meu livro de yoga preferido.
Estar sentado de pernas cruzadas com a coluna direita e os os joelhos pressionando o chão é uma posição que nos transmite automaticamente uma profunda serenidade. A utilização de uma almofada grossa pode ajudar a manter a posição. Infelizmente a quantidade de horas que passamos sentados em cadeiras e sofás impossibilita muitos de nós de ter este contacto com o nosso eu profundo.
Os hindus utilizam desde tempos imemoriais a posição do lotus (a forma mais avançada da posição descrita acima) como forma de meditação. Depois de passar algum tempo em lotus a nossa intuição acaba por nos levar a imaginar outras posições. Foi a exploração desta intuição por tentativa e erro durante milénios que levou ao desenvolvimento do yoga.
No príncípio do seculo XX Krishnamacharya reorganizou e revitalizou o yoga. Foi o último dos yogis clássicos. Foram os seus discípulos que difundiram o yoga pelo mundo. O mais brilhante de todos é sem dúvida Iyengar. Foi ele que comprendeu os problemas dos ocidentais e introduziu toda uma série de apoios (cintos, almofadas, cadeiras) que permitem aprender as técnicas do yoga de forma mais precisa, segura e eficiente.
Eric Schifman foi um discípulo de Iyengar e escreveu um livro que é muito mais do que uma colecção de posições de yoga comentadas. Procura explicar qual a razão de ser de todos os pequenos detalhes que fazem a diferença entre mais uma forma de exercício físico e o caminho para um progresso sem fim.
A parte final do livro trata do impacto que o yoga pode ter na nossa vida quotidiana, se estivermos dispostos a ouvir a nossa voz interior.
Foto: Peter Hegre