Vai para um ano e meio estava a fazer a invertida antes da aula de Yoga começar. Começaram a dizer-me: estás inclinado para a direita! para a esquerda. Quando a torre inclinada de Pisa caiu nada de mais parecia ter acontecido. Passei a noite seguinte deitado de costas, com as pernas dobradas em cima de um banco. Umas idas ao fisioterapeuta e as dores maiores desapareceram, mas o problema ficou por resolver. Nem a fisioterapia, nem a osteopatia nem as aulas individuais de Pilates resolveram o problema. Qualquer destas técnicas funciona muito bem em certos casos. Não neste.
Estou finalmente a ver uma luz ao fundo do tunel. Numa sessão típica de MAT faz-se uma série de testes. Vamos a um exemplo. Deitado de costas na marquesa, pedem-me para deslizar a perna direita para a direita sem a levantar. Agora tenho de resistir a uma pressão feita da direita para a esquerda no pé. Por incrível que pareça, não consigo oferecer qualquer resistência. O músculo que devia fazer o trabalho, o glúteo direito, está a fazer greve. Não há problema, espetam-me um dedo algures na zona lombar junto à coluna. Oscila entre o desagradável e o altamente doloroso. Um minuto mais tarde, o meu glúteo já sabe o que fazer para resistir à pressão. Agora vamos repetir o teste, com a cabeça levantada. Volto a não conseguir resistir. Agora enfiam-me o dedo algures entre a traqueia e a coluna, novamente com bons resultados. Agora vamos fazer o mesmo teste, mas pressionando a marquesa com a nuca. A história repete-se.
Depois passa-se para outro teste, e mais outro. Volta-se na semana seguinte, para ver como é que as mudanças foram assimiladas. Verifica-se que progressos foram consolidados, o que se perdeu. Procura-se avançar na compreensão do puzzle.
O que é que mais me surpreendeu? A natureza quase milagrosa da técnica? Talvez a pouca diferença que parece existir entre o meu corpo e uma máquina.
Descartes diria: pois claro, o corpo é uma máquina, mas o homem é sobretudo a sua alma. Apesar de tudo, não estou tão seguro de que o corpo seja uma máquina tão simples como o meu relato poderá dar a entender. Por outro lado, não estou certo de o espírito não ter os seus aspectos roboticos. Quando se estimula uma certa parte do cérebro com um eléctrodo, revivemos as sensações e as emoções que sentimos num certo momento das nossas vidas. Não nos limitamos a relembrá-las. Acredito plenamente que existe algo de único e especial em cada ser humano, mas é preciso procurar bem fundo para o encontrar.
Não vejo por isso grande razão para me sentir diminuído se uma boa parte do meu comportamento for reduzida a umas combinações de estereótipos. Afinal eu compartilho boa parte do meu código genético com os chimpanzés, os periquitos e as osgas.
Estou finalmente a ver uma luz ao fundo do tunel. Numa sessão típica de MAT faz-se uma série de testes. Vamos a um exemplo. Deitado de costas na marquesa, pedem-me para deslizar a perna direita para a direita sem a levantar. Agora tenho de resistir a uma pressão feita da direita para a esquerda no pé. Por incrível que pareça, não consigo oferecer qualquer resistência. O músculo que devia fazer o trabalho, o glúteo direito, está a fazer greve. Não há problema, espetam-me um dedo algures na zona lombar junto à coluna. Oscila entre o desagradável e o altamente doloroso. Um minuto mais tarde, o meu glúteo já sabe o que fazer para resistir à pressão. Agora vamos repetir o teste, com a cabeça levantada. Volto a não conseguir resistir. Agora enfiam-me o dedo algures entre a traqueia e a coluna, novamente com bons resultados. Agora vamos fazer o mesmo teste, mas pressionando a marquesa com a nuca. A história repete-se.
Depois passa-se para outro teste, e mais outro. Volta-se na semana seguinte, para ver como é que as mudanças foram assimiladas. Verifica-se que progressos foram consolidados, o que se perdeu. Procura-se avançar na compreensão do puzzle.
O que é que mais me surpreendeu? A natureza quase milagrosa da técnica? Talvez a pouca diferença que parece existir entre o meu corpo e uma máquina.
Descartes diria: pois claro, o corpo é uma máquina, mas o homem é sobretudo a sua alma. Apesar de tudo, não estou tão seguro de que o corpo seja uma máquina tão simples como o meu relato poderá dar a entender. Por outro lado, não estou certo de o espírito não ter os seus aspectos roboticos. Quando se estimula uma certa parte do cérebro com um eléctrodo, revivemos as sensações e as emoções que sentimos num certo momento das nossas vidas. Não nos limitamos a relembrá-las. Acredito plenamente que existe algo de único e especial em cada ser humano, mas é preciso procurar bem fundo para o encontrar.
Não vejo por isso grande razão para me sentir diminuído se uma boa parte do meu comportamento for reduzida a umas combinações de estereótipos. Afinal eu compartilho boa parte do meu código genético com os chimpanzés, os periquitos e as osgas.
2 comentários:
Como funciona isso?
Achas que dá para tratar enxaquecas?
Cada músculo tem um centro nervoso perto do tendão, o seu fuso. Ás vezes um músculo deixa de funcionar. Por falta de estimulo, por causa de um trauma...
Isso obriga a que outro músculo faça o seu trabalho, o que provoca toda uma série de desiquilibrios.
Pressionado o fuso, o cérebro volta a saber que o músculo existe. Depois tem de processar toda a informação e encontrar um novo equilibrio. Passada uma semana há que reanalisar todo o sistema neuromotor, ver se o tal músculo ainda funciona em condições...
Há que começar pelo sítio certo para que os resultados se mantenham. É um puzzle muito complicado.
Enxaquecas?
Podem ter mil razões. Acho que emcertos casos isto pode ser a solução, mas é apenas uma da dúzia de técnicas que poderá ser ou não a solução.
Há uma enorme variedade de tecnicas que são completamente desconhecidas da medicina. Normalmente os especialistas destas tecnicas só conhecem a sua. Sabem fazer o número deles, se funciona, muito bem senão...
Foi o que me aconteceu com o Pilates.
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