Temos o fim da crise ao virar da esquina? O gráfico do Nasdaq pode levar alguns a querer acreditar que sim. O novo livro de George Soros, The New Paradigm for Financial Markets: The Credit Crisis of 2008 and What It Means, apresenta-nos um cenário um pouco diferente. Ver também o seu artigo no Financial Times.
Ao que parecem existem várias bombas semelhantes ao Subprime Lending prontas a rebentar a qualquer momento. Duas delas são os Credit Default Swaps e os Rising Foreclosures.
Os SL são revendas de hipotecas feitas a pessoas cuja capacidade de as pagar não é propriamente solida. Os CDS são revendas de créditos de todos os tipos. Estas revendas são feitas várias vezes. Um inocente investidor português que comprou um produto supostamente de risco muito baixo pode na prática estar a comprar também CDS's. O valor dos CDS em circulação equivale a metade do valor do mercado imobiliário dos EUA. Se este mercado rebenta, a bolsa vai por aí a baixo e muitos bancos irão à falência. O problema vai ser essencialmente nos EUA, mas algo sobrará para nós. Não tive pachorra para perceber o que são os RF. Se alguém se quiser dar a esse trabalho, explique-me. Estes derivados do crédito foram feitos para não serem percebidos. Devem ser suficientemente obscuros para poderem ser vendidos aos orfãos e às viuvas como algo tão seguro como um fundo de obrigações. O único ponto positivo destes produtos é darem tranbalho aos alunos dos mestrados de Matemática Financeira.
GS acha que o risco de rebentamento dos CDS teve algo a ver com a ajuda do Fed ao Bear Stearns, que de outra forma teria falido, iniciando a queda de um castelo de cartas. Entretanto os reguladores continuam a pretender que acreditam na tese da capacidade auto-reguladora dos mercados, limitando-se a reagir aos acontecimentos. O próximo presidente dos EUA que apague depois os fogos.
Um comentário final sobre o livro do Soros. Só se encontra à venda numa versão pdf que não pode ser copiada nem impressa. A versão hardcover só vai sair daqui por uns tempos. É claro que neste caso ele tem a faca e o queijo na mão. Não podemos é deixar que a moda pegue.
Ao que parecem existem várias bombas semelhantes ao Subprime Lending prontas a rebentar a qualquer momento. Duas delas são os Credit Default Swaps e os Rising Foreclosures.
Os SL são revendas de hipotecas feitas a pessoas cuja capacidade de as pagar não é propriamente solida. Os CDS são revendas de créditos de todos os tipos. Estas revendas são feitas várias vezes. Um inocente investidor português que comprou um produto supostamente de risco muito baixo pode na prática estar a comprar também CDS's. O valor dos CDS em circulação equivale a metade do valor do mercado imobiliário dos EUA. Se este mercado rebenta, a bolsa vai por aí a baixo e muitos bancos irão à falência. O problema vai ser essencialmente nos EUA, mas algo sobrará para nós. Não tive pachorra para perceber o que são os RF. Se alguém se quiser dar a esse trabalho, explique-me. Estes derivados do crédito foram feitos para não serem percebidos. Devem ser suficientemente obscuros para poderem ser vendidos aos orfãos e às viuvas como algo tão seguro como um fundo de obrigações. O único ponto positivo destes produtos é darem tranbalho aos alunos dos mestrados de Matemática Financeira.
GS acha que o risco de rebentamento dos CDS teve algo a ver com a ajuda do Fed ao Bear Stearns, que de outra forma teria falido, iniciando a queda de um castelo de cartas. Entretanto os reguladores continuam a pretender que acreditam na tese da capacidade auto-reguladora dos mercados, limitando-se a reagir aos acontecimentos. O próximo presidente dos EUA que apague depois os fogos.
Um comentário final sobre o livro do Soros. Só se encontra à venda numa versão pdf que não pode ser copiada nem impressa. A versão hardcover só vai sair daqui por uns tempos. É claro que neste caso ele tem a faca e o queijo na mão. Não podemos é deixar que a moda pegue.
1 comentário:
On
As "foreclosures" são as execuções de hipotecas. O problema é que uma execução de hipotecas em massa despeja no mercado demasiados imóveis, o que faz baixar os preços e faz com que os bancos percam grande parte do que emprestaram.
Quanto aos derivados, não seria tão radical. São apenas um instrumento, como todo o negócio dos bancos. O que acontece é que podem ser bem ou mal usados. Os derivados são tão fáceis de compreender como qualquer objecto matemático não trivial. O problema é a falta de informação sobre os negócios feitos pelos intervenientes no mercado financeiro.
Quando um prédio desaba sozinho, não dizemos que a engenharia civil é feita para ser obscura. Dizemos antes que é preciso que as regras de segurança sejam cumpridas e as obras fiscalizadas. Quando muito haverá que melhorar os regulamentos de segurança. Se cairem 3 ou 4 prédios numa cidade, há uma crise de confiança nos edifícios e na qualidade da construção e fica patente o pouco que sabemos sobre a segurança da casa em que vivemos, mas não vamos dizer que a culpa é da engenharia ou dos engenheiros em geral nem vamos viver em tendas.
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