sexta-feira, abril 25

Depuralina

A depuralina voltou hoje ao mercado. Foi encontrado um nexo causal entre o uso deste suplemento alimentar (!) e as reacções alergicas encontradas. Como ocorreram poucos casos, tudo ficou na mesma. Terão decidido bem as autoridades sanitárias?
Não acho que haja razões para proibir a venda deste produto mas é ridículo e irresponsavel classificá-lo como suplemento alimentar.
Várias correntes da medicina alternativa defendem que o nosso organismo vai acumulando detritos ao longo dos anos em vários orgãos. Para além da gordurinha. Consideram que o intestino grosso está cheio de matéria fecal branca em estado de pós putrefacção, que o fígado e a vesicula biliar acumulam detritos que prejudicam o seu funcionamento. Acham que se nos livrarmos desses detritos o funcionamento desses orgão melhorará consideravelmente e isso se reflectirá na nossa vitalidade e na nossa capacidade de resistir às doenças. A medicina oficial é ceptica em relação a estas afirmações. A medicina não se preocupa por aí além com a nossa saúde. Normalmente concentra-se mais em eliminar os sintomas das nossas doenças, da forma mais lucrativa possível para as grandes empresas farmaceuticas. É natural que não se preocupe com o tipo de questões referidas acima.
Como é que se podem eliminar esses resíduos? Existem vários processos de limpeza que envolvem dietas e a ingestão de alguns produtos que devem ser ingeridos com certos cuidados, como o psyllium. Um laxante particularmente forte. Qualquer corrente séria de medicina alternativa que proponha este tipo de tratamentos aconselha que a pessoa em questão comece por adoptar uma alimentação mais saudavel, tendencialmente vegetariana, que inicie um processo de desintoxicação do organismo. Só depois se parte para uma segunda fase onde se procura eliminar os tais resíduos. Se se saltar a primeira fase podem surgir todo o tipo de problemas.
A empresa que comercializou a depuralina pegou num processo de limpeza com várias fases, eliminou as primeiras, que não são apelativas para o grande público, e apresentou-o como um novo processo de perda de peso. Não se deu ao trabalho de explicar aos consumidores os riscos envolvidos porque a tal não estava obrigada, uma vez que tinha conseguido que o produto fosse apresentado como um suplemento alimentar. Também não se deu ao trabalho de referir que a medicina oficial não reconhece qualquer valor a este tipo de produtos. Esta empresa age assim porque pode. E nós deixamos.

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