sábado, outubro 10

O Símbolo Perdido

É o novo livro de Dan Brown, o tipo do Código da Vinci. O techno-triller, criado por Michael Crichton e Tom Clancy, é um novo genre da literatura de suspense, caracterizada pelo extraordinário detalhe das discrições da tecnologia envolvida, o que de alguma forma compensa a menor riqueza com que são descritas as personagens e a relativa simplicidade do enredo. Os três últimos livros de Dan Brown contam a mesma história, personagens semelhantes representam os mesmos papeis, só variam os detalhes. Mas são esses detalhes que verdadeiramente interessam.
Brown começou por seguir as pegadas de Crichton. Em Anjos e Demónios criou um novo sub-genre. A tecnologia que invadiu as nossas vidas desde há um século é combinada com um conhecimento detalhado da forma como se expressaram ao longo dos tempos todos os medos e esperanças que povoam o nosso inconsciente desde há milénios. And thats when the big bucks started rolling in. Dois outros ingredientes contribuiram para o sucesso de vendas:
Toda a história se desenrola a um ritmo alucinante, normalmente em 24 horas. Esta ideia já foi tão copiada (ver a série 24, por exemplo) que agora Dan Brown reduziu para 12.
O ataque a uma instituição: o Vaticano em Anjos e Demónios, a Opus Day no codigo. Este último ingrediente perdeu-se. Os católicos não mordem por aí além. Não há por aí muitas outras instituições que de alguma forma ainda dêem a outra face. Dizia-se que este livro saíria pouco antes das eleições americanas do ano passado, referindo o papel da Skull and Bonnes nas eleições americanas. Brown percebeu que não era boa ideia atacar a família Bush e os falcões do partido republicano. Foi aí que perdeu a hipótese de repetir o impacto do Código.
Dito isto, o livro está cheio de pequenas pérolas, como a referência à ignorada ascensão aos céus de George Washington, pintada no tecto do Capitólio e a análise da gravura de Dürer reproduzida acima.

3 comentários:

Orlando disse...

O livro contem um vestígio arqueológico das versões anteriores. A certa altura refere-se que uma das percentagens centrais frequentou a universidade de Yale, uma universidade de segunda linha, frisando que esse é o único detalhe que não está à altura do seu extraordinário curriculum vitae. Este facto não volta a ser referido.

Yale é a universidade frequentada por todos os membros da Skull & Bones e é lá que decorrem as cerimónias de iniciação que dão acesso à sociedade secreta.

Brown é um fanático dos detalhes. Esta ponto solta não resultou de um descuido.

Sofia disse...

(esta é só para o OMWO)
E depois, também temos as criancinhas.

Sofia disse...

Já não se responde a provocações como antigamente...
O mundo está perdido.