Dentro em breve os jovens com dificuldades de aprendizagem vão passar a ser tratados condignamente pelo estado português. Até agora era-lhes negado o direito a estar numa aula com alunos normais, a viver a vida em sociedade. Essa injustiça tem os seus dias contados. Estou a falar de jovens com problemas leves mas também de autistas (e estava a ser ironico, caso não tenham reparado). Por acaso até parece que a maioria dos pais dessas crianças nem estão nada interessados no fim desta discriminação, antes pelo contrário. Esta medida humanitária tem ainda a vantagem de aliviar os cofres do estado. Se os pais não entendem as vantagens inerentes a este novo direito, eles que paguem do bolso deles para ter os seus filhos educados à parte.
O efeito desta medida sobre a qualidade do ensino só não é obvia para aqueles que são bem piores do que os cegos, porque não querem ver. Em tempos a escola pública permitia a um jovem inteligente proveniente de uma família sem grandes recursos económicos ou culturais ter as oportunidades que os seus pais não tiveram. Se hoje já não podemos dizer o mesmo, pior é sempre possível.
Só um país rico pode dar aos seus cidadãos mais desfavorecidos pela biologia a possibilidade de minorarem os handicaps com que nasceram. Os recursos são finitos. Portugal até é um país relativamente rico à escala mundial, mas está a empobrecer. A maior riqueza de um país é a educação dos seus cidadãos. Não é um tema com que se brinque ou com que se façam experiencias caprichosas. No fim são sempre os mais desfavorecidos a pagar a factura.
O efeito desta medida sobre a qualidade do ensino só não é obvia para aqueles que são bem piores do que os cegos, porque não querem ver. Em tempos a escola pública permitia a um jovem inteligente proveniente de uma família sem grandes recursos económicos ou culturais ter as oportunidades que os seus pais não tiveram. Se hoje já não podemos dizer o mesmo, pior é sempre possível.
Só um país rico pode dar aos seus cidadãos mais desfavorecidos pela biologia a possibilidade de minorarem os handicaps com que nasceram. Os recursos são finitos. Portugal até é um país relativamente rico à escala mundial, mas está a empobrecer. A maior riqueza de um país é a educação dos seus cidadãos. Não é um tema com que se brinque ou com que se façam experiencias caprichosas. No fim são sempre os mais desfavorecidos a pagar a factura.
10 comentários:
Pois claro que o PSD não é melhor. Nem teria grandes condições de governar caso ganhasse. Mas o PS devia ficar bem longe da maioria absoluta, para ver se a humildade durava pelo menos até à eleição do proximo presidente da republica. Até lá, vamos ter uma rainha de Inglaterra.
Eu voto Bloco, à falta de melhor. Mas não quero convencer ninguém a fazer o mesmo. Nao quero correr o risco de eles chegarem aos 20%. Depois, quem nos protegeria?
"Mas o PS devia ficar bem longe da maioria absoluta,"
Apoiado, sem tirar nem pôr. A nível de educação, a culpa que o governo tem não é a de ouvir apenas as pessoas erradas? Que papel poderemos ter nós, também educadores (ou futuros, no meu caso), neste processo?
Acho muito importante reflectirmos nisto. Porque é que (por exemplo) o dep de Educação da FCUL dita essas regras à tanto tempo, eles que até tiveram uma avaliação miserável do centro? Porque é que só com o Nuno Crato há uma oposição credível e audível? Não teremos todos um pouco de responsabilidade também?
Estarei no futuro, espero, numa posição previlegiada para tentar actuar. Mas a responsabilidade da educação não é de todos os educadores também, no que toca a propostas e a convencer o(s) governos?
Hugo,
nós somos amadores e eles são profissionais. Eles formam exércitos que enchem o ministerio. E o PS.
Contra isso...
Eles trabalham no lobbying a tempo inteiro. Ou se prova teoremas ou se faz lobying.
Por outro lado não é assim tão claro que a posição mais comum nos departamentos de matemática seja assim tão clarividente. Nós vemos os erros deles mas cometemos outros, quero acreditar que menos graves.
on
e com o PS tão alto nas sondagens já não precisavas de votar neles...
on
Ouvir as pessoas erradas?
Que podemos esperar das politicas educativas de um governo cujo primeiro ministro tem um diploma de engenheiro que lhe saiu na farinha Amparo?
Não é assim tão dificil perceber o que está em jogo na educação!
Convem não esquecer o acordo entre o ministerio da educação e o sindicato dos futebolistal que dá a todos os jogadores profissionais de futebol a equivalência ao 12º Ano. E este é só um exemplo.
O que o governo quer é estatisticas para enganar as multinacionais. Mas as grandes empresas não são parvas!
as sondagens nunca contam com a madeira. E na madeira o psd ganha muita vantagem ao ps.
Sócrates supera-se todos os dias. Que as urnas, amanhã, lhe façam justiça.
Hugo
O problema da educação é muito mais complexo do que algumas posições simplistas podem fazer crer.
Criticar os dep de educação é mais uma forma de populismo: cai no ouvido porque atira as culpas para alguém (noutras áreas há quem culpe os imigrantes, os beneficiários do RSI, etc.), mas tem uma relação ténue com a realidade.
Certas críticas do eduquês são mais superficiais do que as ideias criticadas e se fossem poder seriam simplesmente desastrosas.
Globalmente diria que deps de educação e deps científicos são ambos necessários, cada um a trabalhar na sua área. Muitos problemas do ensino têm a ver com o facto de serem os especialistas de educação a definir aspectos que deviam ser científicos. Mas pôr os cientistas a fazer de padagogos é igualmente desastroso.
Esta é uma área em que é necessário fazer pontes e não guerras inflamadas.
"Globalmente diria que deps de educação e deps científicos são ambos necessários, cada um a trabalhar na sua área."
Num mundo ideal, sim. Mas se nem na FCUL se entendem, quanto mais num ministério. Conheço muitos, mas muitos professores que passaram pela FCUL e que "adoraram" as pedagogias (ui!)
Está mais que visto que deixar a educação só aos departamentos com esse nome dá barraca e origina muitas experiências. Mas queria realçar que tal facto me parece muito culpa da comunidade científica.
Mas isto sou eu, a avaliar pelo que vejo de fora. Provavelmente estou a cometer injustiças ao falar do que não conheço realmente. Estou ansioso por entrar nesse mundo, tenho vontade de fazer qualquer coisa que não seja mandar bocas.
Hugo
Participei em diversos grupos de trabalho para produzir documentos ou materiais com pessoas das áreas da educaçao e foi sempre possível entendermo-nos, às vezes depois de bastante trabalho e dificuldades.
As matérias não são incompatíveis. Basta que as pessoas não se incompatibilizem entre elas.
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