O homem irrita-me. Sempre me irritou. Para meu grande espanto, dei por mim a pensar antes das últimas presidenciais: espero que o Cavaco ganhe à primeira volta, senão ainda vou ter de votar nele. Lá por isso o homem continuou a irritar-me. Depois veio o estatuto dos Açores. Todos os partidos desceram até à mais rasteira das demagogias. Só Cavaco disse o que tinha de ser dito. Estas eleições o PS ultrapassou todos os limites da manipulação. Deu resultado. As pessoas até se esqueceram de como será dificil a Sócrates governar em minoria. Bastará que o PCP e o Bloco se abstenham para que o voto conjunto do CDS e do PSD derrote o PS. O PS só terá hipoteses de chegar ao fim da legislatura com um presidente da mesma cor. Sócrates sabe-o e provocou Cavaco. Cavaco mordeu o isco. Resta saber se Sócrates tem arcaboiço para pescar em aguas profundas.
Muitos acusaram Sócrates de muitas coisas. Algumas das acusações, embora não decisivas, estão provadas para lá de toda a dúvida. Quando o presidente se junta ao coro, muitos mais deixarão de ignorar que algo está podre no reino da Dinamarca.
Cavaco conquistou a sua primeira maioria absoluta devido ao seu especial talento para irritar Vitor Constancio, lider do PS à altura, levando-o a avançar para uma moção de censura suicida. Seria irónico que quem pela irritação matou pela irritação morra. Se Cavaco perder as eleições retira-se da política com um gosto amargo na boca, mas será apenas um epsilon na sua carreira política. Outros terão muito mais a perder.
Numa disputa entre o presidente e um partido sem maioria absoluta ninguém dúvida quem é que está em desvantagem. Quando essa disputa nos leva a comparar a integridade de dois homens, a quem é que nós compraríamos um carro usado? A intervenção de Cavaco pode ter sido desajeitada. Pela minha parte acho que a indignação de um homem honrado perante a perfídia vigente é altamente refrescante.
De momento estão todos contra Cavaco. Um ano em política é uma eternidade e o tempo joga a favor do presidente. Quem se desgasta todos os dias é o governo. Não sei quantos portugueses se sentiriam descansados com um governo Sócrates não vigiado. Vamos ter um ano bem interessante.
Quando surgiram problemas no final do primeiro mandato, todos os presidentes assobiaram para o lado. Cavaco não o fez. A sua coragem pode até vir a custar-lhe o segundo mandato. Mas terá certamente o meu voto.
Muitos acusaram Sócrates de muitas coisas. Algumas das acusações, embora não decisivas, estão provadas para lá de toda a dúvida. Quando o presidente se junta ao coro, muitos mais deixarão de ignorar que algo está podre no reino da Dinamarca.
Cavaco conquistou a sua primeira maioria absoluta devido ao seu especial talento para irritar Vitor Constancio, lider do PS à altura, levando-o a avançar para uma moção de censura suicida. Seria irónico que quem pela irritação matou pela irritação morra. Se Cavaco perder as eleições retira-se da política com um gosto amargo na boca, mas será apenas um epsilon na sua carreira política. Outros terão muito mais a perder.
Numa disputa entre o presidente e um partido sem maioria absoluta ninguém dúvida quem é que está em desvantagem. Quando essa disputa nos leva a comparar a integridade de dois homens, a quem é que nós compraríamos um carro usado? A intervenção de Cavaco pode ter sido desajeitada. Pela minha parte acho que a indignação de um homem honrado perante a perfídia vigente é altamente refrescante.
De momento estão todos contra Cavaco. Um ano em política é uma eternidade e o tempo joga a favor do presidente. Quem se desgasta todos os dias é o governo. Não sei quantos portugueses se sentiriam descansados com um governo Sócrates não vigiado. Vamos ter um ano bem interessante.
Quando surgiram problemas no final do primeiro mandato, todos os presidentes assobiaram para o lado. Cavaco não o fez. A sua coragem pode até vir a custar-lhe o segundo mandato. Mas terá certamente o meu voto.
2 comentários:
o meu bom senso é tão evidente que ninguém tem nada a acrescentar ou ?
on
percebo melhor o ensandecer de Cavaco que ao menos desconfia de coisas concretas – como a segurança das redes informáticas de Belém - do que o ensandecimento de Sócrates que, a propósito do Freeport, fez uma comunicação para anunciar que era vítima campanha negra que por junto englobava o Ministério Público, serviços secretos estrangeiros, jornalistas e políticos portugueses. Alguém sabe se o primeiro-ministro já apresentou provas desta campanha negra?
helenafmatos
http://blasfemias.net/2009/09/30/ensandecimento-por-ensandecimento/
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