Os indios Pueblo vivem naquilo a que hoje chamamos Novo México e Arizona. Resistiram mais do que muitas outras tribos ao contacto com a nossa civilização, evitando a destruição de todas as suas referências e a queda no alcoolismo. Para isso contribuiu bastante o facto de manterem a sua religião tão secreta quanto possível. Quando o psicanalista Carl Jung os visitou conseguiu ser objecto de algumas confidências que ajudaram a compreender melhor a sua psicologia. Só os rituais realizados pelos pueblos permitiam que o Sol continuasse a levantar-se todos os dias. Não o faziam apenas em proveito próprio mas tendo em vista o bem de toda a humanidade. A crença ingénua neste mito permitiu a estas pessoas manter as sua auto-estima intacta durante mais umas décadas.
Vale a pena acreditar nesta ilusão? Claro que sim, se formos capazes. Durante grande parte das nossas vidas podemos esquecer que a nossa personalidade é apenas a ponta de um iceberg que se eleva do nosso inconsciente. Estamos demasiado ocupados com as nossas carreiras profissionais, com a criação dos nossos filhos. É facil ignorar outras coisas. Ou parece. Na verdade não sobra tempo ou energia. Quando se dobra os quarenta começa-se a pagar um preço por esse esquecimento, embora seja sempre possível prolongá-lo por mais uns tempos. É a altura para relembrar caminhos que começamos a percorrer na adolescência e logo abandonámos. Li estas coisas nos livros, sentia-as, agora começo a vê-las surgir à superfície na vida dos meus amigos.
Várias coisas nos separam dos pueblos. A luz eléctrica, que nos permite manter à noite o ritmo frenético do dia, tornando mais dificil manter o hábito de restabelecer todas as noites o equilíbrio perdido durante o dia. A televisão, o ópio do povo. A nossa crescente sofisticação, que não permite a muitos de nós aceitar o primeiro mito que nos propõem. A pobreza da nossa ignorância.
Se em certas épocas da vida o inconsciente nos bate mais à porta, verdade é que tal acontece todos os dias. Alguns mitos classicos sobreviveram o passar dos tempos. São os nossos últimos instrumentos para manter esse equilíbrio. O amor romantico é um deles, representado em mil lendas, em metade dos filmes e em todas as telenovelas. A sua importância inflaciona cada vez que mais um mito cai. Não se pode esperar que chegue para todas as encomendas. É por isso que a culpa é do outro. As relações amorosas cada vez são mais instaveis porque se lhes pede que por si só mantenham todos os nossos equilíbrios. Obviamente, tal não é possível.
Outro mito é o da eterna juventude. Não sobram muitos mais. Um edifício em equilíbrio instável. Salve-se quem puder.
Vale a pena acreditar nesta ilusão? Claro que sim, se formos capazes. Durante grande parte das nossas vidas podemos esquecer que a nossa personalidade é apenas a ponta de um iceberg que se eleva do nosso inconsciente. Estamos demasiado ocupados com as nossas carreiras profissionais, com a criação dos nossos filhos. É facil ignorar outras coisas. Ou parece. Na verdade não sobra tempo ou energia. Quando se dobra os quarenta começa-se a pagar um preço por esse esquecimento, embora seja sempre possível prolongá-lo por mais uns tempos. É a altura para relembrar caminhos que começamos a percorrer na adolescência e logo abandonámos. Li estas coisas nos livros, sentia-as, agora começo a vê-las surgir à superfície na vida dos meus amigos.
Várias coisas nos separam dos pueblos. A luz eléctrica, que nos permite manter à noite o ritmo frenético do dia, tornando mais dificil manter o hábito de restabelecer todas as noites o equilíbrio perdido durante o dia. A televisão, o ópio do povo. A nossa crescente sofisticação, que não permite a muitos de nós aceitar o primeiro mito que nos propõem. A pobreza da nossa ignorância.
Se em certas épocas da vida o inconsciente nos bate mais à porta, verdade é que tal acontece todos os dias. Alguns mitos classicos sobreviveram o passar dos tempos. São os nossos últimos instrumentos para manter esse equilíbrio. O amor romantico é um deles, representado em mil lendas, em metade dos filmes e em todas as telenovelas. A sua importância inflaciona cada vez que mais um mito cai. Não se pode esperar que chegue para todas as encomendas. É por isso que a culpa é do outro. As relações amorosas cada vez são mais instaveis porque se lhes pede que por si só mantenham todos os nossos equilíbrios. Obviamente, tal não é possível.
Outro mito é o da eterna juventude. Não sobram muitos mais. Um edifício em equilíbrio instável. Salve-se quem puder.
2 comentários:
Certeiro!
Raios partam estes posts de meia-idade que me passam ao lado :P
(isto é mais uma provocação que outra coisa)
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