domingo, janeiro 27

Dietas

Afinal o que é que se pode comer numa dieta? A dieta X proíbe o alimento Z, que se pode comer à vontade na dieta Y. Quem tem razão? Algumas (muitas) dietas não funcionam mesmo. Mas há muitas que funcionam, apesar se defenderem opções que contradizem totalmente outra dietas. Como colocar alguma ordem neste caos?
Se duas dietas funcionam, porque não tomar algumas ideias de uma e de outra e ver o que dá? Pensar assim significa tomar o ponto de vista ecléctico  Não é boa ideia.  Uma dieta tem uma logica interna e não convém brincar com ela.
Se eu fosse um nutricionista, advogava o ponto de vista pluralista. Propunha aos meus clientes que seguissem a dieta que eu acreditava ser a melhor. Se não funcionasse ou eu achasse por experiências anteriores que naquele tipo de pessoa a minha dieta não funcionava lá muito bem, propunha um dieta da concorrência, seguindo fielmente o espírito dessa outra dieta.
As nossas crenças são mapas da realidade que não abarcam toda a realidade. Não quer isso dizer que não se acredite sinceramente naquilo em que acreditamos.
Podemos saltar das dietas para a psicoterapia. Um analista Freudiano que conheça outras técnicas pode experimentar um método alternativo, ou propor ao analisando que experimente outro tipo de terapia, o que vai dar ao mesmo.
Na política quem tem razão? Os conservadores ou a esquerda? (Muitos países, entre eles Portugal e os EUA, permitiram que uma classe corrupta dominasse o aparelho de estado. Criam um jogo de sombras em que supostamente a esquerda e a direita vão alternando. Vamos ignorar esses detalhes...)
Se uns estivessem certos e os outros errados, um dos lados já teria eliminado o outro. Por uma lado nunca votei à esquerda do PS, embora não exclua essa hipótese. Estou claramente de um dos lados. Em certas situações, aceito que a visão global do outro lado funciona melhor.
Deus existe? Eu sou ateu. No entanto, quando se trata de certas questões descubro em mim uma grande religiosidade. E não aceito uns detalhes de uma certa atitude religiosa. Aceito uma lógica diferente.
Não divido a verdade ao meio, como Salomão ameaçou fazer. Matávamos a criança. A maior parte das semanas a criança fica melhor com a mãe. Outras, nem por isso.

9 comentários:

maria disse...

desta miscelânea de temas, só percebo de dietas (e porque nunca encetei nenhuma)...mas o importante é que cada um defina a que melhor se lhe adequa. e seja o que Deus quiser...:)

saúdo mais este recomeço!

maria disse...

PS - isto também me interessa, mas não percebi nada.

"Deus existe? Eu sou ateu. No entanto, quando se trata de certas questões descubro em mim uma grande religiosidade. E não aceito uns detalhes de uma certa atitude religiosa. Aceito uma lógica diferente."

Anónimo disse...

Maria, o post defende uma tese:
Existem vários mapas da realidade.
Alguns são melhores do que os outros, mas nenhum abarca toda a realidade. Umas vezes um funciona melhor outras outro. No entanto não somos nós que escolhemos esses mapas, são eles que nos escolhem a nós. Apesar de um mapa nos escolher, às vezes podemos trocá-lo po outro que funcione melhor. Outras vezes não conseguimos fazer isso.

A tua fé é um dos mapas que te escolheu.

Dou exemplos e raciocino por analogia.

on

maria disse...

Obrigada pela explicação. :)

Considerandos:

1º - excluo (por não a considerar correcta)qualquer visão dualista sobre o enunciado exposto.

2º - idem, para qualquer determinismo.

Não estou a afirmar que isso esteja reflectido no que escreveste, estou a afirmar uma posição própria.

Anónimo disse...

Fundamentalmente concordo contigo. Tenho um lema que é: a consistência é uma virtude dum argumento , não da vida. Mas parece-me que este lema não capta zonas que achamos importantes como, por exemplo, a família ou a posição política em tempos de luta.E até talvez falhe em temas mais abstractos... Por outro lado brilha com as virtudes da tolerância, da urbanidade, da compreensão.

Setúbal Ressurected

Orlando disse...

"a consistência é uma virtude dum argumento , não da vida"

Nem sequer da ciência.
A Física funciona com uma pluralidade de modelos. A Física de Newton no dia a dia, a Mecanica Quantica a nivel subatomico, a Relatividade a nivel das Galaxias e das grandes velocidades. Einstein tentou durante 30 anos ultrapassar essa pluralidade e fracssou totlamente. Os físicos continuam à espera da Theory of Everything como se do Messias se tratasse.
Na verdade esta pluralidade não é assim tão estranho. A realidade foi cortada em fatias: Quimica, Biologia, Psicologia. Pedir a unificação da Quimica e da Biologia é apenas um pouco mais do que pedir a unificação das Teorias da Física. Ningué, é louco a esse ponto.

on

Sofia disse...

Não tinha ideia do tamanho da falta que sentia deste blog até agora.
Como é que isto se explica?

Anónimo disse...

:)

Tem, mas cá se fazem cá se pagam disse...

:)?

...

E ainda não chega de dieta?