Dizia um jornalista no outro dia: espera-se que este inverno morram mais de mil pessoas com a gripe mexicana. Apesar de tudo acabou por reconhecer: com a gripe normal, costumam morrer mais pessoas. Nesse caso, para quê tantos planos de contingência e tanta confusão à volta da gripe? Bem, a verdade é que o terrorismo já não mete medo a ninguém, os comunistas e a ameaça nuclear também não, o aquecimento global está em crise. A Crise já não assusta ninguém que tenha conservado o emprego. Muita gente não se sente confortavel sem um medo fresquinho. Sobretudo, os jornais têm de vender. Nada vende tanto como o medo.
Quem tiver alguma responsabilidade e não participar na histeria generalizada torna-se automaticamente responsável por tudo o que venha a acontecer. Até apareceram logo umas ameaças de prisão, não vá alguém brincar com o assunto. Ontem um jornal reproduzia as opiniões de um comandante de bombeiros sobre as medidas a tomar para combater a Ameaça. E porque não um gestor informático, um controlador de tráfico aéreo ou um jogador de bridge?
Nada como um bom medo para nos afastar dos medos mais sérios, aqueles que preferimos esquecer. Acreditar neste medo permite-nos crer por um instante que a morte é uma brincalhona que nos prega umas partidas de vez em quando. Quem estiver atento e tomar todos os tamiflus que forem sendo inventados talvez lhe consiga escapar indefinidamente. Mas não é assim, pois não?
Do mal o menos, salvou-se a rica semana que eu acabei de passar no México por metade do preço, cortesia do Correio da Manhã e da TVI. Aqui fica o meu obrigado.
Quem tiver alguma responsabilidade e não participar na histeria generalizada torna-se automaticamente responsável por tudo o que venha a acontecer. Até apareceram logo umas ameaças de prisão, não vá alguém brincar com o assunto. Ontem um jornal reproduzia as opiniões de um comandante de bombeiros sobre as medidas a tomar para combater a Ameaça. E porque não um gestor informático, um controlador de tráfico aéreo ou um jogador de bridge?
Nada como um bom medo para nos afastar dos medos mais sérios, aqueles que preferimos esquecer. Acreditar neste medo permite-nos crer por um instante que a morte é uma brincalhona que nos prega umas partidas de vez em quando. Quem estiver atento e tomar todos os tamiflus que forem sendo inventados talvez lhe consiga escapar indefinidamente. Mas não é assim, pois não?
Do mal o menos, salvou-se a rica semana que eu acabei de passar no México por metade do preço, cortesia do Correio da Manhã e da TVI. Aqui fica o meu obrigado.
1 comentário:
Uma semana? Pareceu mais.
(Eu, pelo sim pelo não, ando de respiração sustida vai para três meses. Nem o facto de estar a ficar azul me demove.Por acaso até gosto da côr e tudo...)
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