sábado, julho 5

Crescer

Como é que a nossa vida cresce? Como é que se mede esse crescimento? Pergunta a Sofia. Será que nós crescemos? Claro que sim, até ao fim da adolescência. Depois, a maior parte do tempo, só envelhecemos. Porque desistimos de crescer. Durante alguns anos podemos distrair-nos vendo os nossos rebentos crescer. Julgamos que crescemos como eles. Mas esse é o tipo de crescimento que compartilhamos com os vegetais.
Medir aquilo que crescemos ao longo da vida adulta é muito facil. Bastam os dedos de uma mao. Nem sequer é obvio que vamos precisar de todos os dedos.

16 comentários:

maria disse...

então não cresce? com dezoito anos pesava 46Kg e dançava num 36....agora, bem agora...cresci.

mas a Sofia tem toda a razão. Crescemos, sim senhor. Só não cresce quem está morto. Então há dias...que crescemos muitas vidas.

Sofia disse...

:)

Eu só perguntei. Porque não sei e quero saber.

Mas recuso-me a amargar, ON. Pelo menos, não amargarei já. E também não aceito o carácter de inevitabilidade que sinto nas tuas palavras.
Cada vez mais, tenho a certeza de que é possível. Basta nós querermos.
Não é pedir a olhar lá para cima. É fazermos por isso, tanto quanto pudermos e as nossas forças o permitirem. E, sobretudo, acreditarmos mesmo, lá no nosso fundo mais fundo, que é possível ser diferente com cada um de nós.
A vida bate a todos. Quem tem o azar de sentir as pancadas com mais força, tem a obrigação de manter a firmeza e uma maior tenacidade.

Orlando disse...

Sofia,
é isso que eu estou a fazer neste preciso momento. Sem nenhuma amargura. Só me parece que é preciso chamar os bois pelos nomes. Crescer é gratificante, mas duro. E de certeza absoluta que o maior problema acerca do crescimento é dar-se conta dele:)

Orlando disse...

MC,
e que tal um comentário a sério?
:)

Anónimo disse...

e agora a opinião de um mais jovem (25): eu sinto-me "crescer" a todos os níveis a cada ano que passa. Mas não lhe chamaria crescer mas sim mudar, já que crescer dá uma ideia de se ficar melhor, ou "maior", e isso é muito, mas muito subjectivo. Mas mudar todos mudamos.

Os meus objectivos mudaram, a minha maneira de ver o mundo muda, a minha maneira de lidar com as pessoas.
Não acredito que nunca se deixe de mudar, acho apenas de com o avançar da idade, isso acontece mais devagar (porque também o rácio um ano/vida inteira vai diminuindo...)

Orlando disse...

Hugo,
isso é mudar para maior.
O doutoramento é um exemplo de um desafio que nos dá oportunidades de crescer. Claro que há o reverso da medalha. Há vezes as coisas correm mal (memso que se acabae a tese with honors). Sai-se de lá com umas cicatrizes e nunca mais nos queremos aproximar de uma situaçao que tenha algo a ver com crescimento. Uma boa altura para começar a escrever as nossas obras completas. Começando por umas belas notas de Calculo Infinitesimal em LaTex:)


"(porque também o rácio um ano/vida inteira vai diminuindo...)"

WRONG! WRONG! WRONG!

Felizmente, a vida nao é assim!
Espero que o venhas a descobrir um dia:)

Orlando disse...

Continuando:
O que normalmente acontece é que o crescimento PARA. Se continuar, pode continuar à mesma velocidade, ou até mais depressa. Porque nao há limites.

É claro que é muito mais reconfortante pensar que a velocidade do crescimento tem de diminuir.

Nao pretendo provar nada. Que cada um olhe para si e para os outros e veja como é. Se estiver interessado nisso.

Anónimo disse...

Eu não estava a afirmar que tem de diminuir, mas que normalmente diminui.

Acho que estamos a discutir a média, porque na prática cada caso é um caso.

Orlando disse...

Hugo, a média neste caso nao e um conceito operacional que nos pode ajudar a tomar decisoes. A media das mudanças é quase ZERO. Concluir daí que se tem de mudar menos nao me parece uma boa decisao. Eu prefiro olhar para os melhores, os que continuam a mudar a uma velocidade pelo menos igual àquela em que mudavam em jovens.

Um exemplo: que podemos concluir da evoluçao do peso medio dos americanos? QUe todos os americanos tem de se conformar em serem gordos?

Anónimo disse...

"Concluir daí que se tem de mudar menos nao me parece uma boa decisao. Eu prefiro olhar para os melhores, os que continuam a mudar a uma velocidade pelo menos igual àquela em que mudavam em jovens."

Estamos de acordo neste ponto.
Mas já agora, quando falamos em Média, cada um tem a que vê à sua volta. Comparando as nossas amizades em faixas etárias, claro que a minha média deve ser bem mais alta...

Sofia disse...

Errado, Hugo. :)

Eu sou várias pessoas, com todas as idades possíveis. E sou amiga do ON.

Orlando disse...

Hugo,
quando se chega aos 25, já poucos estao a crescer. O que acontece é que o pessoal que se conhece na casa dos 40 normalmente nao se conhece tao bem para saber se estao a crescer ou nao...

Orlando disse...

Posso considerar-me um priveligiado. Conheço um número enorme de tipos acima dos 60 com a paixao pela vida que seria de esperar num jovem de 25. O que nao quer dizer que todos os jovens a tenham.

Orlando disse...

Já deves conhecer alguns...

Anónimo disse...

"O que acontece é que o pessoal que se conhece na casa dos 40 normalmente nao se conhece tao bem para saber se estao a crescer ou nao"

Aqui está um outro óptimo tema de conversa!

Orlando disse...

quando se tem 25, é dificil saber se as de 40 estao a crescer ou nao. Quando se tem 40, acha-se (quase) sempre que as de 25 nunca sequer ouviram falar de tal coisa.