Muito se tem falado do pos-modernismo agora que o Nuno Crato vai tomar conta do ministério da educação. Normalmente ele traduz a influencia pos-modernista na educação por "eduquês". Para quem nunca dialogou com um pos moderno, relembro aqui um dialogo que tive uma vez com um digno representante desta ideologia no
falta de tempo.
Devo dizer que eu não considero que alguma corrente filosofica importante seja pura e simplesmente um erro. Teve as suas razões para aparecer e alguma contribuição dará. Derrida, Foucault e sobretudo Heidegger não são imbecis. Mas alguns dos seus seguidores são loucos perigosos á solta.
O interlocutor pos-moderno é o anónimo. Eu aqui rederencio-o por "PM".
Numa discussão desta acaba-se por dizer sempre umas parvoices. Eu também devo ter dito algumas...
PM A sua apreciação crítica releva com muita pertinência o desnorte da conceptualização dos programas e da sua aplicação nos curricula do ensino secundário. Todavia, não passa desapercebido o nihilismo e negativismo que subjazem ao seu discurso. In limine, ao recusar o horizonte de expectativas do chamado pós-modernismo, anula qualquer lugar que permite o exercício do pensamento, na medida em que a contemporaneidade não se compadece com o imobilismo e a obsessão por paradigmas caducos. Por outro lado, a intolerância excessiva face a determinadas práticas discursivas pode ter como corolário a criação de um vazio, como efeito de um interdito linguístico em abismo.
Lino Alguma razão terá. Talvez eu esteja obsecado por algum paradigma caduco. Mas os pontos de vista que critico constituem um paradigma que nem merece esta designação: vazio de conteúdo, reduz-se a fórmulas e frases feitas, procurando dar corpo aos desejos e intenções (aparentemente) boas dos que as utilizam.
ON gostei do "interdito linguistico em abismo". Já agora: o que é que isso quer dizer?
O resto podia ser dito emduas frases.
Só que assim fica fica claro até que ponto a quantidade de informação transmitida é diminuta.
PM Prezado On,
1. Não vou explicar-lhe o sentido da expressão aludida. Revela, pela sua questão, pertencer à classe de pessoas que, por mais que se expliquem as coisas, nunca chegam lá.
2. "O resto podia ser dito em duas frases." Sim, de facto foi dito em duas frases. Não sabe o que é uma frase? E já agora, não sabe contar?
3. "linguístico" é uma palavra acentuada por dois pressupostos gramaticais. Também quer que lhe explique, ou prefere consultar a gramática?
O Jorge Buescu acabou por citar este diálogo no Rerum Natura.
A coisa durou dias.
Entretanto cheguei à conclusão que as minhas opiniões da época sore o Heidegger eram um bocado ... idiotas.