domingo, junho 7

... e viva o RUI TAVARES!

Daqueles candidatos todos, é o único que diz com regularidade algo que me faça pensar. O único que alguma vez me fez pensar...
O último a ser eleito, é o primeiro. Valeu a pena votar no Bloco.
Mas onde eu queria votar mesmo, era no Pirate Party, que elegeu o primeiro deputado. Um partido tão importante quanto alguma vez se pensou que os verdes poderiam ser.
Foram até ao aeroporto da Portela nos ultimos tempos? Em que ano é que é suposto o aeroporto já não chegar para as necessidades? Alguém fez um estudo depois da crise internacional começar? Vamos deixar o Socrates empenhar-nos até à sétima geração? Que estes três meses passem bem depressa...

The day after: O MEP obteve um excelente resultado. Parece que entrou logo para o sexto lugar, com 1,5% dos votos. Ainda acabam por eleger um deputado em Setembro...

11 comentários:

Hugo disse...

Teria votado BE se estivesse em Portugal. Devo dizer que os resultados destas eleições, no geral, me satisfizeram. Vamos ver o que acontece até às próximas.

O MEP? Não conheço quase nada. Só sei que tem uma pessoa que nós bem conhecemos ;)

Carlos Albuquerque disse...

Sobre o MEP está tudo na net em www.mep.pt :)

on disse...

e que tal explicar aqui ao povo?...

Carlos Albuquerque disse...

OK. Mas só depois dos feriados, para poder apresentar alguma coisa com cabeça e responder a questões.

Hugo disse...

Ok, ficamos à espera.

Hugo disse...

Continuamos à espera, Carlos...

Carlos Albuquerque disse...

Com um pedido de desculpas pelo atraso, aqui vai um primeiro resumo:

O MEP – Movimento Esperança Portugal

Quem?

Inicialmente Rui Marques. Depois, conhecidos e amigos. Depois muitas outras pessoas que se identificam com as ideias do partido. Algumas das pessoas estão aqui.


Porquê?

Tempos difíceis; povo desanimado; desertificação da política. Olhar a política como serviço do bem comum, atendendo em primeiro lugar aos mais desfavorecidos. A política como uma das mais nobres formas de luta pela justiça social. A convicção de que melhor é posível. A esperança, a confiança e a persistência na política.


Prioridades na acção política?

I – Uma mesa com lugar para todos.
II – Uma sociedade de famílias.
III – Uma cultura de pontes.
IV – Um desenvolvimento humano sustentável.
V – Uma democracia mais próxima dos cidadãos.
VI – Uma solidariedade intergeracional.
VII – Um mundo interdependente e solidário.


Quando?

Verão de 2007 surge a ideia inicial.
Novembro de 2007: reúne-se um grupo na Ericeira que começa a estabelecer os elementos fundamentais.
Março de 2008: anuncia-se a intenção de constituir um novo partido.
Maio de 2008: conclui-se a recolha das assinaturas necessárias para formalizar a criação do partido.
23 de Julho de 2008: Inscrição oficial do partido no Tribunal constitucional.
Outubro de 2008: primeiro congresso.
Dezembro de 2008: anúncio da candidatura de Laurinda Alves ao Parlamento Europeu, como cabeça de lista independente.
7 Junho de 2009: MEP obtém 52828 votos nas eleições europeias que correspondem a 1,48%; se estas eleições fossem legislativas, os 17383 votos obtidos no distrito de Lisboa (2,31%) teriam sido suficientes para eleger um deputado à Assembleia da República.

Hugo disse...

Obrigado Carlos. Mas posso continuar a perguntar? Já dei uma olhadela pelo site, e até agora parece-me que os ideais são de alguma forma tão gerais ao ponto de serem praticamente consensuais.

Devo confessar, e essa foi a impressão que me deu, ser um partido conservador no que toca por exemplo aos valores associados à família (embora não perceba até que ponto vá o conservadorismo).

E a outros níveis que não (estritamente) o humano, por que coisas se batem? A nível de economia ou de emprego, por exemplo, ou propostas a nível de educação?

Peço desculpa se estou a ser muito chato, mas é raro discutir isto com alguém de um partido :)

Carlos Albuquerque disse...

Hugo

Pode continuar a perguntar o que quiser que eu vou tentando responder.

Se numa primeira leitura pode parecer que os ideais do MEP são consensuais, na prática não é bem assim.

Por um lado creio que uma grande parte dos portugueses (talvez mesmo a maioria?) será capaz de se rever nos ideais do MEP. Por outro lado os nossos ideais são distintos dos dos outros partidos.

Para começar o MEP tem uma preocupação com a mesa com lugar para todos e a justiça social, o que o leva a demarcar-se dos modelos de sociedade em que cada um cuida de si e o estado se limita a regular. Há pessoas que partem de situações desfavorecidas e que precisam de apoios específicos da responsabilidade do estado.

Ao mesmo tempo há uma matriz humanista, o que leva o MEP a distinguir-se dos modelos em que as classes e as lutas de classes são mais importantes do que o indivíduo.

A importância da família não é uma manifestação de conservadorismo mas um reconhecimento da relevância da família como célula da sociedade que enquadra o indivíduo. O programa tem implícita uma definição de família que é muito abrangente.

Sobre economia e emprego cito o programa:
"Na perspectiva do MEP é urgente que se caminhe para uma visão integrada da Economia e do Trabalho."

"Ao Estado compete regular e arbitrar, quando necessário, mas em regra não lhe compete ser gerador de actividade empresarial, a menos que tal necessidade decorra da defesa do bem comum."

"Na dinâmica económica é fundamental ter presente a importância do trabalho. O trabalho digno representa, desde logo, uma forma de realização pessoal, de colocação das capacidades de cada um ao serviço da comunidade e uma forma de auferir um salário justo. Ninguém deve ficar, à partida, excluído do acesso ao trabalho."

"O combate ao desemprego de longa duração constitui uma das principais tarefas políticas que o MEP assumirá."

Sobre educação:
"Na – e através da – Escola, o MEP acredita que se pode concretizar o desígnio de não deixar ninguém para trás, combatendo, com determinação e eficácia, os mecanismos de insucesso e abandono escolar e promovendo uma verdadeira igualdade de oportunidades de aprendizagem para todas as crianças, jovens e adultos, no acesso à educação inicial ou contínua. Este objectivo pressupõe exigência, rigor e persistência."

Agora sou eu que peço desculpa por uma resposta tão longa, mas é difícil resumir.

O programa do partido tem tudo isto mais desenvolvido. Está em finalização o programa eleioral com que o partido se apresentará às legislativas de Setembro.

Carlos Albuquerque disse...

Dado que a moderação de comentários foi activada, será que não podem ser colocados aqui comentários mais radicais? :)

Carlos Albuquerque disse...

Desde os meus comentários sobre o MEP, começou a publicação do programa eleitoral para as legislativas de Setembro.

Os dois primeiros capítulos têm como títulos: "Uma nova agenda social" e "Uma política ao serviço das famílias".