sábado, janeiro 24

Da Natureza da Verdade


Pessoas diferentes acreditam em visões diferentes do mundo.
Sempre houve uma oposição entre a visão conservadora e visão da esquerda. Ao longo dos tempos cada lado teve as suas vitorias e as suas derrotas. Já ninguém defende a escravatura, ninguém põe em causa o direito das mulheres a estudar e a votar. Já ninguém defende certas utopias da esquerda, como a abolição pura e simples do mercado.
Existia uma verdade que nós fomos pouco a pouco descobrindo, ou essa verdade foi construida?
Em última análise os consensos que foram entretanto estabelecidos que podem no futuro vir a ser invalidados?
Sempre que dois grandes grupos de uma sociedade têm posições diferentes sobre um tema, a verdade pode estar de um dos lados? Ou é uma sintese imprevisível entre os dois extremos?
Tem sentido falar na verdade?

Particularizando:
Se Deus existe, os ateus são um imbecis que perderam totalmente o sentido da vida.
O mesmo aconteceu aos que apostaram na religião errada?
Se Deus não existe, todos os crentes são uns idotas que desperdiçaram o melhor das suas vidas?
Qualquer das hipoteses é trágica!

Existe uma outra perspectiva para analisar esta questão?
Qual?

quarta-feira, janeiro 21

A Economia do Sexo

Mais uma contribuição para tão importante tema.

S.A.R.L.

O João Pinto e Castro lembra que a história da Islândia não é nova, antes pelo contrário.

domingo, janeiro 18

Coitada, casou com um árabe


O Jahid é descendente de uma família de políticos marroquinos que decidiu ser matemático. Conheceu a Consuelo num daqueles institutos internacionais onde as nacionalidades se esbatem. Arranjaram os dois um posdoc em Lisboa e passaram a viver juntos. Um ano depois resolveram casar, em Rabat. Segundo a lei marroquina, ou muçulmana - não faço ideia, cada casamento é um caso, dando origem a um contrato que é negociado pelos cônjuges ou pelas suas famílias. Acordado os termos gerais do contrato com semanas de antecedência havia que acertar os últimos retoques da negociação na noite da véspera. De acordo com as regras, o noivo estaria presente e a noiva seria representada por um familiar. Os especialistas explicaram à família da noiva que o acordo a que tinham chegado era demasiado liberal e como tal não podia ser aceite. Um truque que deviam estar a usar pela n-ésima vez. Na véspera do casamento a noiva está num estado de especial fragilidade...
Resposta da Consuelo: muito bem, não há casamento. Uma das razões principais porque eles se iam casar, para além de estarem apaixonados, era arranjar um passaporte comunitário para o Jahid, que nos tempos pós 11 de Setembro tinha a vida ainda mais complicada cada vez que queria viajar. Por outro lado o cancelamento do casamento era um escândalo terrível. Quando a família do Jahid resolveu voltar atrás já era muito tarde. Agora era a Consuelo que não aceitava os termos anteriores. Podia-se voltar a considerar a hipótese do casamento se ela pudesse estar presente na discussão de um novo contrato, bem mais liberal que o primeiro.
Coitado no Jahid, que não teve nada a ver com esta história. Hoje a Consuelo, o Jahid e a sua filha vivem felizes no México. Quem manda lá em casa é a Consuelo. O Jahid sempre soube que assim seria.

É claro que este caso é a excepção que confirma a regra. À partida não veria com bons olhos que uma filha minha se casasse com um muçulmano? Certamente que não. Mas depois logo se via. Ela não se ia casar com um católico ou um muçulmano mas sim com um homem (ou uma mulher, sei lá). Espera-se de um cardeal algo mais do que uma boca à Alberto João Jardim. Se um senhor não tem algo mais profundo do que isso para nos dizer, mais valia estar calado. Estava num casino? O Cristiano Ronaldo é um míudo de 23 anos que só pretende saber jogar futebol e engatar umas míuda. Está sob escrutínio permanente de todos os seus actos. Pode-se pedir um tratamento especial para um senhor que se considera um modelo a seguir e que todos os dias nos diz o que como nos devemos comportar? É claro que não.
O que é pior: a traição de uma certa esquerda que faz por esquecer as violações constantes dos direitos humanos nos países muçulmanos, ou a leviandade de sua eminência? Desta vez tenho de ficar do lado do senhor Policarpo.

quarta-feira, janeiro 7

segunda-feira, janeiro 5

domingo, janeiro 4

Os caracóis e as carpas têm cornos

os caracóis e as carpas têm cornos
vês, eu não te dizia?
as carpas e os caracóis não têm cornos
vês, eu não te dizia?
as caracoias e os carpos têm cornos
vês, eu não te dizia?
os carapoicos e os parcos não têm cornos
vês, eu não te dizia?
as carapaias e os porcos têm cornos
vês, eu não te dizia?
os caracoicos e as parras não têm cornos
vês, eu não te dizia?
as carassaias e os parcas têm cornos
vês, eu não te dizia?
os caracorpos e as praias não têm cornos
vês, eu não te dizia?
as caracaias e os poicos têm
vês


Este poema da Ana Hatherly ilustra bem as dificuldades de comunicação entre as pessoas bem ilustradas nos comentários do post anterior. Porque é que tal acontece? Provavelmente porque diferentes pessoas funcionam de forma bastante diferente. No mínimo, devíamos ter consciência dessas diferenças. É por isso que proponho aos leitores do blogue que façam este teste. Era interessante publicarem os resultados nos comentários. Já falei sobre este assunto aqui.

Katharine Cook Briggs estava a desenvolver uma teoria sobre as diferentes psicologias dos seres humanos quando leu o livro Tipos Psicologicos do psicanalista Carl Gustav Jung. Reconheceu imediatamente a maior profundidade desta abordagem e dedicou-se a desenvolvê-la juntamente com a sua filha Isabel Briggs Myers, produzindo o teste de Myers-Briggs.
Este teste classifica as pessoas em relação a quatro parametros:
1. Atitude perante o mundo: Introversão/Extroversão, (virado para fora/virado para dentro) termos criados por Jung que já fazem parte da nossa linguagem do dia a dia.
2. Forma como tomamos decisões: Pensamento/Sentimento, (damos mais importância aos argumentos logicos ou aos valores).
3. Forma como processamos a informação que nos chega através dos cinco sentidos: Sensação/Intuição, (processa a infirmação de uma forma mais concreta e directa ou de uma forma mais abstracta, sendo muitas vezes processada pelo incosciente e manifestando-se através de palpites ou intuições. Dá mais importãncia aos factos ou às possibilidades).
4. Estilo de vida: (Racional/Perceptivo) damos mais importância às funcões racionais, a tomar decisões ou a coligir informação.