sábado, março 5

O logótipo da BMW

A Renault e a Fiat actualizaram o seu logótipo várias vezes nas última décadas. A BMW e a Audi não o fizeram. O número de mudanças de logótipo de uma marca de automóveis é proporcional ao número de crises por que a marca passou. Nenhum especialista de marketing seria capaz de impingir o emblema da BMW a uma empresa: está completamente desactualizado. No entanto isso não afecta a imagem de BMW. A estética em sentido estrito subordina-se aqui à imagem da marca. Como aquele emblema aparece naqueles carros, o emblema passa a ter classe. A FIAT não mudou de emblema por o anterior ser feio. O anterior ficou gasto porque foi usado em carros que não vingaram.
Vem isto a propósito do artigo A nossa língua e a língua dos outros publicado no
Alerta Amarelo. Refere MJL que a IKEA, multinacional sueca do mobiliário, não hesita em utilizar a lingua sueca nos produtos que vende em Portugal. Pergunta porque é que as empresas portuguesas não usam o português nos produtos que exportam. Porque é que usamos tantas expressões inglesas that sound much better?
Não me parece que seja uma questão de falta de segurança ou de falta de vontade de afirmação que nos leva a comportar desta forma. Acho que agimos da forma mais racional possível.
Uma empresa portuguesa que queira exportar, se tiver um produto líder de mercado pode usar um nome português. São exemplos disso os Madre Deus e o Mateus Rosé, que fizeram subir a cotação da língua portuguesa nas suas áreas de influência. Uma empresa portuguesa que queira vender um produto de qualidade média numa área em que o nosso país ainda não se afirmou terá tudo a ganhar se se informar primeiro sobre quais são as línguas que estão a facturar no seu ramo de actividade.
Nós estamos a vender-nos todos os dias: as nossas personalidades, os nossos talentos, os nossos blogs... Usamos termos da língua que dá mais jeito na altura e não há que ter complexos com isso. Se formos bons naquilo que fazemos a nossa língua vai ganhar terreno, caso contrário...
O filho do sr. Encarnação, emigrante português na Alemanha, teve de ir estudar informática para os Estados Unidos. O seu pai tornou o nome Encarnação tão prestigioso no mundo da informática alemã que o filho preferiu ir para uma universidade onde pudesse ser um ilustre desconhecido.

1 comentário:

Anónimo disse...

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